terça-feira, 21 de abril de 2009

Pide - A História da Repressão



Durante tantos e longos anos, eles contituiram pilar seguro do regime fundado pelo cônsul de Santa Comba e ciosamente prolongado pelo seu delfim.
Os seus métodos desumanos e não poucas vezes repugnantes aproximavam-se, frequentemente dos sistemas inquisitoriais que a Idade Média consagrou e a Gestapo aperfeiçoou. Apenas sabiam ler pela cartilha da repressão. Violações de correspondência, escutas telefónicas, chantagens, buscas e prisões sem mandados, torturas físicas e psicológicas, julgamentos sem culpa formada, processos à espera de julgamento: tudo na defesa de um Governo sem defesa. Do Aljube ao Tarrafal; de Peniche a S. Nicolau; de Caxias à Machava, provocaram o sofrimento. Em nome da segurança do Estado, espalharam a insegurança entre o Povo. Todos desconfiavam de todos. A verdade deles era o Estado Novo, mesmo depois de Velho.
Eles foram sucessivamente a Policia Especial, a Policia Internacional Portuguesa, a Policia de Defesa Política e Social, a Policia de Vigilância e Defesa do Estado, a Policia Internacional e de Defesa do Estado e Direcção-Geral de Segurança: nomes diferentes para o mesmo fim. Eram um estado dentro do próprio estado. Dominaram até ao dia 25 de Abril, grande parte da vida Portuguesa. Mais de um milhão de cidadãos (em cerca de quatro milhões de fichas) constavam dos seus arquivos.
POR CRIME UNICO, O DESEJO DE UMA TERRA LIVRE.







Ultrapassava vinte mil o total de inspectores, sub-inspectores, chefes de brigada, agentes, informadores e funcionários da P.I.D.E./D.G.S. Este impressionante número demonstra a infernal máquina repressora mantida pelo regime fascista derrubado em 25 Abril.
Evidentemente que o maior contingente pertencia aos informadores, esses individuos que nos espreitavam em todas as circunstâncias e que, a troco de miseráveis escudos, eram denunciantes.
O número exacto dos que mantinham aquele aparelho, onde tantos Portugueses foram assassinados e torturados, era de 22.800, isto segundo ficheiros da própria P.I.D.E./D.G.S.
Entretanto desde que a P.I.D.E. foi fundada, para manter o Estado fascista, colaboraram nas suas actividades cerca de 200 mil individuos de ambos os sexos.
Este foi sem duvida o mais forte apoio que obtiveram Salazar e Caetano, nos 48 anos em que os Portugueses viveram sob um dos regimes ditatoriais mais violentos da História Contemporânia.
Texto retirado do livro "PIDE - A história da repressão"
Obs: Foram muitos os Portugueses e Portuguesas que em prisões sofreram bárbaros espancamentos, tortura da "estátua", tortura do "sono" e toda a espécie de torturas morais, pagando inclusivé com a própria vida, por um sonho, o de ver Portugal Livre.
O SONHO COMANDA A VIDA...


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