sexta-feira, 30 de março de 2012

30/03/2012 - Um dia negro para todos os trabalhadores Portugueses


Trinta e oito anos após a Revolução dos Cravos, a direita portuguesa, personificada no governo PSD+CDS, consegue aprovar um novo código laboral, que acabará com direitos conquistados durante anos pelos trabalhadores portugueses, e dará, plenos poderes á entidade patronal para despedir.
Vivemos num tempo de "analfabetos" modernos, que são incapazes de questionar o sistema politico vigente. Um tempo em que uma grande maioria dos portugueses se deixa levar por medos e ameaças sem ripostar. O fatalismo, a precariedade, e a miséria, não podem ser o nosso futuro, muito menos o futuro das novas gerações.
A esta politica de prejudicar muitos, para agradar a poucos, é preciso dizer enérgicamente NÃO! 
Este governo, elegeu os trabalhadores portugueses como o problema da competitividade, ou seja, a "pedra na engrenagem" da economia nacional são, os trabalhadores. Esses mesmos, que se levantam bem cedo, e que com o seu esforço diário contribuem para a economia deste país.
Não julguem os nossos governantes, que, por andarem com o "pin" de Portugal na lapela, (será "pin" made in china...?), e por virem com falinhas mansas e discursos ensaiados, que não vemos as maldades que nos estão a fazer.
Na verdade, este governo, tem como principal objectivo a execução de uma politica de destruição dos direitos laborais conquistados pelos trabalhadores portugueses, e a criação de um novo código de trabalho, baseado na, precariedade laboral, baixos salários, e instabilidade contratual. Esta nova "ordem laboral" tem como principal objectivo agradar ao patronato e ás multinacionais, que segundo este governo não investem em Portugal por haver demasiada protecção no trabalho.
- Óh senhores, não será antes pelos custo de produção??? - (energia, transportes, burocracia,etc...)
Nunca o problema da economia foi culpa dos trabalhadores. Em Portugal temos muitos gestores/patrões que pagam ordenados de miséria aos trabalhadores, mas, se formos ver o parque automóvel da administração é só "topos de gama".
Ao contrário do que querem fazer crer os mais distraídos, a verdade é que, com estas medidas agora aprovadas, os maiores prejudicados serão os trabalhadores portugueses, que verão a sua força laboral ainda mais barata.
Os vendilhões de Portugal com as bandeiras nacionais na lapela, e a coberto da cartilha do medo, vão a pouco e pouco levando a água ao seu moinho.
É chegado do tempo de dizermos BASTA, sob pena de um dia ser tarde demais.       



Resistir já é vencer !

Only when you`re gone - Madrugada



"For we do no longer know
What we can no longer hold
On days like these our heads fill up with smoke
And our memories grow old"

quarta-feira, 28 de março de 2012

Porto, melhor destino europeu 2012

A cidade do Porto, foi considerada numa votação online, o melhor destino Europeu.
Durante cerca de 3 semanas decorreu a votação, e a cidade que me viu nascer foi a eleita.
Uma vez mais são os estrangeiros a valorizar o que é nosso  
Óh pra mim "TRIPEIRO" cheio de orgulho.
Sejam bem-vindos á minha "Mui Nobre Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto"

http://www.portoturismo.pt/Visitar/Paginas/default.aspx

terça-feira, 27 de março de 2012

Dez mil raivas

Sinto dores nos olhos e na boca
cansaço de ter acreditado
nas palavras.
Uma mão terna
como a boca humedecida
perde-se... valeu a pena!

Sinto algemas nos braços
e o tempo a escoar
por entre os dedos.
Dez dedos inutilizados.
Também dez mil raivas
para acordar dez milhões de mortos
Dez milhões de mortos
que estão vivos, - Amen!


in "canção obreira de Fernando Augusto Pacheco

BENFICA na Champions League

Força Benfica!

Contos Proibidos - Rui Mateus


Este livro não encontram á venda, parece que todos os exemplares foram á data comprados pela "Fundação Mário Soares" para desta forma evitar que pudessem chegar ás livrarias nacionais e ao conhecimento de todos portugueses. Aqui podemos descobrir (para os que ainda tem duvidas...) o que é o P.S. (Partido Socialista), as jogadas, as alianças, tudo numa lógica de poder e de destruição dos ideais de Abril. Leiam e vejam quem são estes "socialistas" a quem o meu pai chamava de XUXALISTAS, e razão tinha ele.
Aqui fica a link para lerem ou procurarem na net e descarregarem

  http://aventadores.files.wordpress.com/2010/12/contos_proibidos-memorias_de_um_ps_desconhecido-sem_anexos-sem_fotos2.pdf

Imagens que valem por mil palavras...

p.s. recebido por email

segunda-feira, 26 de março de 2012

Três Livros a não perder...


...A "Dividadura" tem por objectivo mostrar à opinião publica as estratégias da divida, a politica da divida, a tirania da divida. No livro é citado um estudo de Michel Rocard, ex-primeiro-ministro Françês, em que este diz que o pacote de empréstimo do Estado norte-americano à banca americana foi feito a um juro de 0,01 por cento. Como é que Portugal pode estar a pagar acima de 3 e de 4 por cento quando a sua economia vai cair 4 por cento este ano...   



...numa história irônica e divertida, o protagonista de "O Tigre Branco" relata o trajecto bastante inusitado que percorreu para subir na vida e conseguir tornar alguém importante no cenário nacional: assassinar seu patrão. Em cartas dirigidas ao primeiro-ministro chinês, Balram Halwai revela a visão critica aguçada da sociedade indiana e do mundo...



... a acção passa-se em Mumbai (Bombaim), uma imensa metrópole onde coexistem mundos de pobreza e privação, uma gananciosa e empreendedora camada de novos-ricos e uma pequena burguesia orgulhosa das suas tradições e dos seu princípios morais...

p.s. boas leituras.

domingo, 25 de março de 2012

Gaibéus - Alves Redol

Gaibéus tem a sua história.
Banal talvez, às vezes ingénua, noutras sábia ou astuta, dramática também, mais do que tudo dramática, mas que enfeixa nas suas múltiplas faces desiguais a marca de um tempo exacto, vivido e sonhado em plena juventude, na companhia de muitos homens que tiveram a coragem de optar pelo caminho mais árduo.
Alguns acharam a morte nessa ousadia, muitos o cativeiro, bem poucos a ignomínia, quase todos a razão maior para se construírem numa vida coerente e sacrificada.
... e de malogros também, acentuarão quantos esqueceram ou ignoraram as coordenadas dessa época em que o mel e o fel andaram tão juntos.
Traiu-nos o lugar, sujeito às tropelias de uma luta em que o peso da nossa mão bastava para mandar nas rédeas do futuro; traiu-nos o tempo, porque o imperialismo buscava a teta de mercados que lhe mingassem a gula e aqui não pautava o seu destino, sequer pela burguesia liberal; traíram-nos os espelhos ilusórios em que nos embevecemos, na mira da imagem de um estimulo, talvez porque o embalar da esperança valha mais do que o desespero da realidade desesperada; traíram-se a si mesmos quantos marcaram o tamanho para a penação, talhando fatos à medida da própria vida ou das suas ambições, e acabaram desiludidos com refugio na morte civil.
Vimos muitas miragens no deserto, talvez porque a sede da desafronta nos secasse a lucidez. Precisávamos de ter um povo, criarmo-nos com ele, e caminhámos ao seu encontro sobre nuvens de ilusões, supondo que pisávamos terra firme.
E julgámos muitas vezes o País pelo que desejávamos, desconhecendo que as alienações divergem.
Perante este breve rosário de alinhavos, concluirão os mais jovens que fomos românticos; ou falhados, asseverarão os que à distância aproveitam a nossa pungente experiência (com que matérias se constrói a alegria de alcançar?) e nela encontram a papa feita para nos debicarem com acrobacias de palavras.
Cabem-nos esses labéus e outros ainda, pois, com certeza.
Mas um tudo-nada mais também: é que nem um só jovem de hoje o foi mais do que nós no nosso tempo amputado: na irreverência ou no ardor, na devoção às ideias ou no gosto de rasgar alvoradas.
E ainda muitos as têm consigo, numa juventude permanente que nem a carcaça já dorida consegue comprometer...

... Pelo tecto da poisada e pelas frinchas das portas entram cordas de claridade.
Homens e mulheres, enrolados em suas mantas listradas, dormem pelo chão, em ressonares profundos, sobre esteiras ou em palha, como o gado que está na mota a moer.
Estão para ali, sem divisões de sexo, vencidos pelo torpor que o trabalho lhes deixa nos corpos.
Do alto da trave mestra pende um arame que agarra um candeeiro, frouxo de luz. E a claridade, entrando pelas frinchas, acorda um capataz que se levanta, a abrir os braços, e vai apagar o candeeiro.
- Eh, gente!... Vá d`arribar, qu`o dia não tarda.
- Eh, gente!...
E a malta mexe-se, molenga, esfregando os olhos, a bocejar.
O ambiente ainda carregado com o cheiro dos corpos suados pelo trabalho e pelas sezões; deixa nas cabeças uma moinha pesada.
Os homens enfiam os barretes ou os chapéus que deixaram pendurados nos cabides dos alforjes; as mulheres ajeitam os lenços e os cabelos desataviados, sem ganas de voltar para a ceifa.
Olham-se estranhos, sem palavras, movendo-se em gestos lentos...    
... Em grupo cerrado, os alugados ficam no carril, à espera de ordens.
Ouvem ao longe o grito do pardaleiro e seguem o voo das calhandras.
- Eh, vocês!... Eh, gente do meu rancho!... Entrem por esta banda...aqui...
Os gaibéus saltam à linha, metem ao combro da regadeira mestra, pisando almeirões e burços, juncas e malvas.
Calam as rãs o zangarreio e esgueiram-se, pesadas, para se acoitarem nalgum charco que ficou na regadeira ou por entre os caules do arroz, onde fazem restolhada. Divertidos os rapazes deitam-lhes torrões, a espantá-las, e riem dos seus olhões espantados pelo susto.
- Vá com cuidado, gente!... O arroz das pontas também é do patrão.
A faina começa.
Partidos pelos rins, quebram-se em ângulo de cabeças pendidas como as panículas do arroz que se ouvem no marulhar brando da aragem da manhã.
Com a mão canha. os ceifeiros jungem as canas dos pés e lançam a foice com a direita, cortando-as à força de pulso, sem pancada, não vão os bagos saltar.
Voltam-se para trás e depõem as espigas em gavelas, com movimentos bruscos, como se andassem de empreitada.
O terreno está fofo, empapado das águas, onde os pés descalços se atascam na lama e esfriam.
A cada corte, as nuvens de mosquitos elevam-se e envolvem os ceifeiros; pousam-lhes no rosto e nas mãos, penetram-lhes na boca aberta pelo arfar ou nas ventas...   
... As roupas estão empapadas, a feder sujidade e cansaço.
Morre no ar o odor das espigas loiras cortadas e das flores crescidas à babugem. Fica o cheiro acre dos corpos molhados pela rudeza da labuta. Como por toda a lezíria se agigantam os alugados que se curvam a brandir as foices. Tudo se amesquinha ali, junto deles, que vivem necessidades de mendigos.
As mãos limpam as frontes, depois de ampararem até às gavelas os pés ceifados. O suor vem agora em borbotões cada vez mais impetuoso, como sangue a verter de chaga funda.
As bocas movem-se a resmoer, querendo segregar a humidade que não vem mais. Estão febris e sedentas, provocadas na sua tortura pela água dos xabocos, onde os pés se enregelam...

Alves Redol (Maio de 1965)


quarta-feira, 21 de março de 2012

Dia Mundial da Poesia

Poesia
é
Luz,
Candeia
de
Palavras,
Encantos,
Ternuras
e
também...
mágoas.


Henrique Mário Soares

Libertad - Manu Chao

Tomar Partido...


Maiakovski (1893-1940)
Na primeira noite, eles se aproximam
e colhem uma flor de nosso jardim.­­
E não dizemos nada.­­
Na segunda noite, já não se escondem,
pisam as flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles,
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada,
já não podemos dizer nada.

Martin Niemöller (1892 - 1984)
Um dia vieram e levaram meu vizinho que era judeu.
Como não sou judeu, não me incomodei.
No dia seguinte, vieram e levaram
Meu outro vizinho que era comunista.
Como não sou comunista, não me incomodei .
No terceiro dia vieram
e levaram meu vizinho católico.
Como não sou católico, não me incomodei.
No quarto dia, vieram e me levaram;
já não havia mais ninguém para reclamar...

Bertolt Brecht (1898-1956)
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão-me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.

terça-feira, 20 de março de 2012

Primavera - The Gift



Sábado à noite não sou tão só
Somente só
A sós contigo assim
E sei dos teus erros
Os meus e os teus
Os teus e os meus amores que não conheci

Parasse a vida
Um passo atrás
Quis-me capaz
Dos erros renascer em ti

E se inventado, o teu sorriso for
Fui inventor
Criei o paraíso assim

Algo me diz que há mais amor aqui
Lá fora só menti
Eu já fui de cool por aí
Somente só, só minto só
Hei-de te amar, ou então hei-de chorar por ti
Mesmo assim, quero ver te sorrir...
E se perder vou tentar esquecer-me de vez, conto até três
Se quiser ser feliz...

Se há tulipas
No teu jardim
Serei o chão e a água que da chuva cai
Para te fazer crescer em flor, tão viva a cor
Meu amor eu sou tudo aqui...

Sábado à noite não sou tão só
Somente só
A sós contigo assim
Não sou tão só, somente só

domingo, 18 de março de 2012

Discoteca London

A discoteca/dancetaria London ficava no Centro Comercial Londres ali para os lados da Senhora da Hora. Era um espaço agradável onde costumava ir principalmente ao sábado com malta amiga, e, que no essencial não fugia muito do tipo de decoração das discotecas daquela altura. Após passar o "portas" (a entrada...) surgia um espaço amplo de luminosidade tênue constituído por sofás e mesas, numa decoração simples mas de bom gosto. Depois, seguia-se um pequeno corredor com uma porta ao fundo que dava para a pista de dança. Nesta área toda pintada de negro,  estava a pista ligeiramente rebaixada em relação ao piso principal onde ficava o bar. Foi um local onde parei algum tempo pois gostava do ambiente e da musica.
Bons tempos estes dos anos 80/90.      




terça-feira, 13 de março de 2012

Objectiva XXXIX - Árvore



As árvores morrem (são cortadas...) de pé!

local: Avenida Rodrigues de Freitas - Porto.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher

A todas as mulheres, um dia feliz e obrigada por tornarem este mundo um lugar melhor…
To all women, an happy day and thank you for making this world a better place…


 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Verdes Anos - Carlos Paredes




Verdes Anos

Como chora esta guitarra neste dia de chuva
Verdes anos de Paredes com dedilhar decidido e fervoroso
Nas cordas de uma viola toda cheia de versos com palavras mudas
Mas real de timbre de alma desafiando o cair da tarde
 
 
São verdes os anos
Mas madura a vida
São longos os acordes
De uma guitarra sempre a acordar a interminável alma
Em cada dedilhar sente-se a vida da gente
De toda a gente
Ali, a fervilhar em cada corda acordada para todo o dia e para toda a noite
Nervos que correm sem demanda em duas mãos cheias de esperança
 
 
Não é sangue que corre naqueles finos e firmes dedos
Mas sim o sonho que percorre num frenesim dourado todas as cordas daquela guitarra
E os dedos de ambas as mãos servem apenas para servir o destino
É a escravidão sentimental de toda uma alma de um povo que tudo atravessa
 
 
Atravessa o sonho e a esperança
O antes, o agora e, quem sabe, o amanhã que desponta em cada dedilhar
E os sons acordam da vontade de a vida continuar
Para que ela nunca perca tempo no tempo que perdemos
Em cada nota solta-se uma lágrima de saudade
Desses verdes anos
Em cada som sente-se a calma e a força da vontade
De todo um povo que quer ser gente
 
 
A melodia abate-se sobre o nosso coração e nele se entranha
Estranha-se o instante dilacerado pelo tempo que passa velozmente
Ficando apenas o momento de verdade em cada pauta por escrever,
A nostalgia serve-se fria e as veias correm quentes na memória
Paredes canta a guitarra como canta a vida
Verdes são os anos da nossa verde infância,
Agradecemos a lembrança
E os nossos costumes
Somos saudosistas
Choramos por tudo e por nada:
E depois?
 
 
Só nós é que temos a dar conta da nossa vida aos nossos verdes anos
Mais ninguém!                                                              
21.11.2003j.oliveira

p.s. texto escrito pelo amigo Joaquim Oliveira e gentilmente enviado por email
obrigado Amigo, um forte abraço                               

domingo, 4 de março de 2012

Sometimes It Snows In April - Prince




hoje danças sozinho
numa sala meio vazia
tristezas não pagam dividas
amanhã é outro dia
e pulas as horas contente
de que valem as lágrimas que verteste
se no jogo de dar e receber
foste tu, quem mais perdeste.


Henrique Mário Soares