sexta-feira, 29 de maio de 2009

Quando toca telefone

Há chamadas telefónicas que recebemos mas a conversa fica a meio.
E a saudade onde fica ???
Dentro de nós...
Para ti um bom fim-de-semana.

Abstenção NÃO



Da rádio chegam-me notícias sobre as eleições europeias. Receios de abstenção, diz-se na casa dos 50%./60% talvez mais.
Um povo que se alheia de participar através do direito de voto na resolução dos problemas do seu país, não pode depois vir exigir melhor política de trabalho, melhor política de saude, melhor política de ambiente, em suma melhor representatividade no parlamento europeu.
Vem isto a propósito de um artigo que um amigo me fez chegar através da minha caixa de correio e que tomo a liberdade de o transcrever.
Apesar de não me rever em muitas das frases escritas no texto, julgo que no geral ele diz tudo o que somos como povo, e nesse sentido assumo com frontalidade a minha cota parte de culpa.

Precisa-se de matéria prima para construir um País:

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que o Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo. Nós como matéria prima de um país.

Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais do que o euro.

Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma familia baseada em valores e respeito aos demais.

Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é pondo umas caixas onde se paga por um só jornal

E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO .

Pertenço a um país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos.

Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo.

Onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito.

Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano

Onde á pouco interesse pela ecologia

Onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos

Onde as pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros.

Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória politica, histórica nem económica.

Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos de leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar alguns.

Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame.

Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, ficam em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não lhe dar o lugar.

Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão.

Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda para não ser multado.

Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, e que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.

Como "matéria prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que o nossos país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até se converter em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente má, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não noutra parte...
Fico triste.
Porque ainda que Sócrates se fosse embora hoje, o próximo que o suceder terá que continuar com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...
Não tenho nenhuma garantia de que alguêm possa fazer melhor, mas enquanto alguêm não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguêm servirá.
Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, nem serve Sócrates e nem servirá o que vier.
Qual é a alternativa ???
Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror ?
Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados...igualmente abusados !
É muito bom ser português. Mas quando essa portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda...
Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um messias.
Nós temos que mudar.
Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer.
Está muito claro... Somos nós que temos de mudar.
Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a acontecer-nos:
Desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente, somos tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez.
Agora depois desta mensagem, francamente, decidi procurar o responsável, não para o castigar, mas para lhe exigir (SIM EXIGIR) que melhore o seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO DE QUE O ENCONTAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO.
AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO NOUTRO LADO.
E você, o que pensa ? ...MEDITE !
(texto escrito por "Eduardo Prado Coelho)
in Público 25/08/2007






VOTEM, VÃO VER QUE NÃO CUSTA NADA.



quarta-feira, 27 de maio de 2009

A Demagogia



A Demagogia anda nas ruas, entra-nos pela casa dentro através da Rádio e da TV. Os mesmos de sempre, os que durante anos vendem Portugal há Europa a troco de subsídios para construir auto-estradas, aeroportos e tgv`s aí estão, a prometer novamente mundos e fundos.
Acenam-nos com os "fantasmas" do costume, que podemos ficar fora da Europa (???), que, o que seria de nós se não estivessemos na União Europeia (união de quê ???), só para convencerem os distraidos e indecisos a votarem neles novamente.
Eles que tão mal defendem Portugal no Parlamento Europeu, eles que nos prometeram referendos e depois decidiram por todos nós, eles que fazem pactos de conveniência para Portugal deixar de cultivar, de pescar, de produzir, para que os outros "parceiros" da Europa possam colocar nos nossos mercados os produtos produzidos nos paises deles.
E a malta a vê-los passear de avião, de Portugal para o Parlamento Europeu, do Parlamento Europeu para Portugal, num vai-vem de interesses particulares e partidários, onde o unico que nada ganha é o nosso País.
Andam em bons carros, desfilam em fatos bonitos, todos lustrosos, todos luzídios, todos anafados e bem-falantes, como se fossem os donos de toda a intelectualidade.
Alguns deles no pós 25 de Abril andavam com a "cartilha de Mao" debaixo do braço, hoje são Eurocratas convictos e até se dizem preparados para passar a falar inglês se essa for a orientação dada pela União Europeia para que seja essa a lingua mãe a falar por todos os estados membros.
Se o Povo tiver memória vai dar uma lição a esta gente que tão mal tem feito a Portugal e a todos os Portugueses.
Um desses senhores disse um dia: "Portugal é um oásis..."
E nós seremos eternamente camelos ?????
COM PROMESSAS, FESTAS E BOLOS SE ENGANAM OS TOLOS...


terça-feira, 26 de maio de 2009

A Verdade de Sócrates




O Primeiro Ministro a discursar num comício para as eleições europeias em coimbra.
E não é que a boca fugiu para a verdade.

... A politica de direita nada tem a oferecer ao povo Português...


Ele sabe bem do que fala...

sábado, 23 de maio de 2009

A Educação e o Civismo



A menina chega toda lampeira ao posto de combustivel ao volante do seu BMW e a falar ao telemóvel.
Estaciona, sai atirando o cabelo para atrás como quem sacode os problemas que a todos os outros afectam. Falam estridentemente com uma amiga enquanto retira a agulheta para encher o depósito do carro.
Todos olham incrédulos, mas ao mesmo tempo todos ficam estáticos mirando de alto a baixo a "boazona" de cabelo loiro que fala ao telefone e mete gasolina no carro.
Apesar dos avisos de proibição colocados nos pilares do posto de combustivel, todos ignoram o perigo e só tem olhos para o traseiro da menina.
Estou na outra ponta do posto de combustivel e tinha acabado de meter gasolina, atravesso até chegar perto dela e digo:
"Não sabes que é proibido estar a falar ao telemóvel enquanto se mete gasolina"
"Não vês que estás a pôr a vida de todos que aqui estão em risco"
Ela olha para mim meia surpresa e fala ao telemóvel:
Vou ter de desligar, ligo-te daqui a mais um bocado.
Impressionante como todos olharam para mim com ar de REPROVAÇÃO.
A Liberdade deu-nos tudo, só não nos deu a EDUCAÇÃO e o CIVISMO.
Isso aprende-se com os nossos Pais em casa !

Um cravo no lugar da bala...


A Revolução de Abril de 1974 teve uma grande falha. Foi a de alguêm ter tido a ideia de colocar flores (cravos) no cano das G3s dos militares.
Esta falha em muito contribuiu para o país que temos actualmente...
Não se fazem Revoluções sem sangue...
(Para bom entendedor, meia palavra basta...)

segunda-feira, 18 de maio de 2009

500 mil Desempregados

Para os trabalhadores sem trabalho -
rodas paradas de uma engrenagem caduca.

"Engrenagem" - Soeiro Pereira Gomes


domingo, 17 de maio de 2009

A Reforma Agrária
















A Reforma Agrária, foi um dos periodos da nossa história recente e que marcou decisivamente a história do Alentejo. A Reforma Agrária tinha por lema "a terra a quem a trabalha" e foi posta em prática essencialmente no Alentejo nos distritos de Évora, Beja e Portalegre, e alguns concelhos do Ribatejo.
A agricultura Portuguesa antes da Revolução dos Cravos não tinha participação activa a nivel nacional, não existia sequer um ministério, esta encontrava-se inserida no Ministério da Economia com a designação de Secretaria de Estado da Agricultura.
Após a Revolução dos Cravos é criado o Ministério da Agricultura e com o Dec-Lei 236-B/76 de 5 Abril 1976 nasce a Zona Intervenção da Reforma Agrária (ZIRA).
No final do PREC (Processo Revolucionário em Curso) nascem as UCP (Unidades Colectivas de Produção).



As UCP resultantes do movimento de ocupação das terras por trabalhadores rurais e dirigidos pelos sindicatos de trabalhadores agricolas locais, foram consagrados no Dec-Lei 406-B/75.
As UCP contribuiram para o aumento da superficie cultivada no ano agricola de 1975/76 e por consequência aumentaram a produtividade agricola.
A Reforma Agrária enquanto esteve em marcha teve extrema importância pois possibilitou aumentos na área cultivada e na produção nacional, assim como melhorou as condições de vida dos assalariados.
A lei 77/77 do I Governo Constitucional (chamada Lei Barreto) veio alterar o processo de ocupação e exploração das terras. O fim da Reforma Agrária nada trouxe de positivo para Portugal, nem tão pouco o desenvolvimento desejado para as terras do Alentejo e para as suas gentes. A população diminuiu, muitas terras estão incultas e outras passaram a reservas privadas de caça.
Este foi um periodo enriquecedor que tive a felicidade de conhecer na companhia dos meus pais, nessa época travei conhecimento com as gentes do Alentejo, conheci a realidade dos trabalhadores agricolas e participei em jornadas de trabalho nas UCP. Estas experiências nunca me diminuiram, pelo contrário tornaram-me mais forte, mais esclarecido e evoluido culturalmente. Alargaram a minha visão de um Portugal unido, sem "divisionismo" tipo Norte contra Sul, sem "caciquismos" tão comuns em algumas partes do nosso Portugal. Na altura com 13 anos viví estas experiências com entusiasmo e fico grato aos meus pais por mas terem
proporcionado.















Infelizamente a certa altura outros interesses mais poderosos impediram que a Reforma Agrária fosse hoje uma realidade, fazendo com que actualmente Portugal tenha uma agricultura deficitária e totalmente dependende das ordens da União Europeia. Na realidade a actual PAC (Politica Agricola Comum) nada trouxe de benéfico para o nosso país, impondo cotas de produção a troco de subsidios para deixarmos de produzir. Assim fomos reduzindo a nossa produção para que outros paises europeus possam colocar os seus produtos no nosso mercado nacional.
Aos meus pais e a todos os homens e mulheres que lutaram para que a Reforma Agrária fosse possivel em Portugal esta minha homenagem.
"Os que não se lembram do passado, estão condenados a revivê-lo" - Santayana

sábado, 16 de maio de 2009

Discoteca Griffon`s

O "Griffon`s"; era o "Griffon`s" e ponto final. Esta discoteca ficava no 4º piso do Shopping Center Brasilia e o seu ambiente era espectacular. Para mim foi uma das discotecas mais fixes que existiram nessa época no Porto. Ir ao "Griffon`s", era a certeza de uma tarde bem passada. A entrada era um pouco dificultada, pois normalmente o "portas" só deixava entrar casais. Muitas foram as vezes que estive do lado de fora a pedir ás raparigas que chegavam para me deixarem entrar com elas. Na época era uma pratica normal, desta forma a casa controlava o ambiente e impedia que o numero de rapazes fosse muito superior ao das raparigas. Era a estratégia utilizada para manter o ambiente da discoteca equilibrado. O "Griffon`s" tinha uma decoração simples mas de muito bom gosto. A zona do bar ficava na parte superior e a pista de dança era no piso inferior. A musica que o Disco-Jockey passava era do melhor, assim como o ambiente em geral.
Discoteca de referência na cidade do Porto o "Griffon`s" por certo perdurará pelos tempos fora na memória de todos quantos lá curtiram os "fabulosos" anos 80.




quarta-feira, 13 de maio de 2009

Patxi Andión em Portugal

A informação vai um pouco atrasada, mas vale mais tarde que nunca.
Este "senhor" vai dar quatro concertos imperdiveis, aqui ficam as datas para os Amigos que estejam interessados:
13 de Maio Figueira da Foz (CAE)
14 de Maio Lisboa (Cinema São Jorge)
15 de Maio Porto (Casa da Musica)
16 de Maio Guarda (Teatro Municipal)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Festa do Treta


Ontem houve a "festa da treta", a treta do campeonato de futebol...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Tributo a Vasco Granja

Obrigado por todos os bons momentos de animação e cultura que magistralmente soubeste partilhar com toda uma geração
Um homem morre, mas a sua obra fica...


Maio

Maio, claro e ventoso, faz ano rendoso.

domingo, 3 de maio de 2009

Dia da Mãe

Noite de estrelas, olho-as uma a uma
Sem as poder contar, são tão bonitas
E o luar, derramado como espuma
Rasgado, as vezes como brancas fitas.
Que lindo o mar a tornear a duna
Qual sentinela muda que medita
A tela do horizonte que se esfuma
Morrendo o dia em convulsão aflita.
Tudo na alma me soluça e morre
Lagar de mosto que fermenta e escorre
A minha tinta de escrever a alguém...
Cheio de imagens que me dão espelhos
Hoje quero escrever-te de joelhos:
És mais linda que tudo, minha MÃE

1º de Maio

Comemorações do Primeiro de Maio no Porto. No dia do trabalhador alguns milhares disseram presente (não tantos com seria preciso...). Muitos ficaram ausentes vá-se lá entender porquê.
Apesar da crise, do novo código laboral, do trabalho precário e da ameaça de novos despedimentos, continuam a alhear-se da luta, na esperança que tudo se resolva por obra e graça de algum "espirito santo".
Durante o desfile, estavamos parados ao fundo da Avenida da Liberdade quando chega junto a mim uma jovem de mochila ás costas e pergunta-me:
Jovem: Que é isso aí ?
Eu: São as comemorações do 1º de Maio, dia do Trabalhador
Eu: De onde és ?
Jovem: Do Brasil
Eu: No Brasil também se comemora-se o 1º Maio.
Jovem: Sim também se comemora.
Eu: Agora é o desfile das varias delegações de sindicatos, a seguir vai tocar um grupo de musica latina num palco que está montado ao cimo da Praça.
Jovem: Mas isto é uma manifestação ?
Eu: Sim tambem é uma manifestação.
Jovem: Tu és daqui ?
Eu: Sim sou do Porto
Jovem: Tanta gente "velha" onde pára a Juventude?
No Brasil quando á manifestações a Juventude adere em força.
Eu: Olhei para ela, calei-me sem saber o que dizer.
Jovem: Vou explicar ás minhas amigas que estão ali o que é isto, xau
Eu. Xau, boa estadia na cidade do Porto.
Jovem: Obrigado.
Fui seguindo no desfile e na cabeça a frase da jovem brasileira...
"Onde pára a Juventude"...
E, dei comigo a olhar em volta e a perguntar a mim mesmo ?
"Onde pára a Juventude" !!!

E a miuda Brasileira estava carregada de razão...