domingo, 21 de setembro de 2008

Gerónimo













Ventos de leste sopram
Pega no teu machado irmão
Que poucas palavras importam
Para calar tua razão
Reune tua tribo e parte
Por essas planícies fora
Não temas a morte
Pois essa por aí já mora
Teu povo morre lentamente
Ás mãos do colono invasor
Se não lutas pela tua gente
Dela não mereces amor
Pega no teu machado irmão
Está na hora de contas ajustar
Não te deixes levar pela compaixão
Agora é, morrer ou matar
De que vale tanta terra
Se nada podes cultivar
Só através da guerra
Podes tua honra reconquistar
Tens a mulher triste
Os filhos de fome a chorar
Com teu machado luta, resiste
Os deuses vão te acompanhar
Pega no teu machado irmão
Monta no teu cavalo e parte
O cachimbo da Paz já é ilusão
Ser guerreiro é tua arte
Pega no teu machado irmão
Honra teu coração


(Henrique Mário Soares)










P.S. ...O sofimento do homem índio, ao assistir à morte do seu modo de vida, nunca foi inteiramente compreendido pelo homem branco, e talvez nunca o venha a ser...
...Está bem patente que o único futuro decente, para nós que vivemos hoje na América, reside na redescoberta do nosso meio ambiente. Precisamos de estabelecer uma relação legítima com a terra e os seus recursos; de outro modo, a destruição do Indío será seguida pela destruição da Naureza e a esta última seguir-se-á a nossa própria destruição...

in: "A Fala do Indío" - Teri C. MCLuhan - 1982

Sem comentários: