sábado, 31 de dezembro de 2011

Bom Ano 2012


Para todos vós, votos de um 2012 cheio de saúde, pois vamos precisar dela para travarmos as batalhas necessárias para construirmos um PORTUGAL mais JUSTO, FRATERNO e SOLIDÁRIO para todos nós.
Em 2012 a LUTA CONTINUA !  

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Natal dos Simples - José Afonso



Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas solteiras

Vamos cantar orvalhadas
Vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas casadas

Vira o vento e muda a sorte
Vira o vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos
Foi-se embora o vento norte

Muita neve cai na serra
Muita neve cai na serra
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem tem saudades da terra

Quem tem a candeia acesa
Quem tem a candeia acesa
Rabanadas pão e vinho novo
Matava a fome à pobreza

Já nos cansa esta lonjura
Já nos cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda à noite à ventura


José Afonso - Natal dos Simples

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cem Paus


Esta imagem para muitos trará boas recordações, para as gerações mais novas nada significará. Não quero que interpretem estas minhas linhas como "saudosismo", mas o que é certo, é que, e após todos estes anos sobre a dita "Integração Europeia" a nossa situação económica e social sofreu um retrocesso. A aventura do "euro", arrisca-se a ser isso mesmo, uma "aventura", em que alguns tecnocratas europeístas embarcaram, e levaram a reboque todo um país (sem o consultar = REFERENDO), num "alucinante" sonho de congregar numa única "União Europeia" países tão diferentes/distintos uns dos outros.     
Uma "união europeia", onde os mais poderosos economicamente IMPÕE a sua vontade e os seus interesses económicos, políticos e até militares. Assinam-se tratados sem ouvir os demais parceiros, fazem-se alianças, que colocam de fora os países de economias mais frágeis, (economias essas fragilizadas por politicas económicas impostas pela própria união europeia).
Depois acenam-nos com os fantasmas da "banca-rota", a falência de todo um estado e de toda a sua estrutura social, ou nos mantemos na dita "união" ou será o nosso fim, como se o nosso fim não tenha começado na exacta altura em que assinamos o "tratado de adesão à união europeia"
E eu não troco a INDEPENDÊNCIA do meu país por nenhum cheque, por muito chorudo que seja.
Por tudo isto, tenho saudades do escudo, e dos tempos em que "cem paus" dava para muita coisa.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A Noite dos Alquimistas - Fausto Bordalo Dias




Chegam os magos no claro rasto da lua cheia
descem duendes pelos caminhos da Cassiopeia
gnomos e bruxos, génios e divas, tudo e ninguém
abeiram-se os sábios, os feiticeiros que o mundo tem
sentam-se amenas mágicas formas, sombras de alguém

Vêm do fundo da paz da terra os sonhadores
guardam em sonhos ocultas memórias os computadores
pedreiros-livres, santos e artistas, tudo e ninguém
sussurram secretas vozes profetas dos temporais
pairam nos ventos estranhos seres como cristais

Ó roda viva, ó astro grande de almas gentis
fonte das musas, covil dos homens mais varonis
a gente luta, a gente sofre, tudo e ninguém
redime as dores, nossos amores, ódios também
somos teus filhos, ó mar de estrelas
cuida-nos bem

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Greve Geral





Hoje foi dia de greve geral.
Nas TVs "comentadeiros" da nossa praça desdobram-se em explicações sobre a utilidade desta greve e tentam a todo o custo desvalorizar esta luta legitima dos trabalhadores portugueses. Ignoram objectivamente e com mestria os factos e defendem com todos os argumentos e mais alguns o seu ideário politico e social que arrasta Portugal para o retrocesso social.
O "marasmo" em que nos encontrámos é culpa de sucessivos anos de "vira-o-disco-e-toca-o-mesmo", e de politicas desastrosas que contribuíram decisivamente para o aniquilamento de grande parte do aparelho produtivo nacional. Agora pedem-nos mais sacrifícios, mais horas de trabalho e retiram-nos direitos consagrados na constituição portuguesa.
Mas, por muitas mais horas que trabalhemos e por muitos mais sacrificios que façamos, nunca nos livraremos da tirania dos mercados, nem tão pouco dos vendilhões que a troco do seu bem-estar e dos seus, entregaram Portugal ao capital financeiro.
Será que os que se dizem "defensores do trabalho" estão dispostos a trabalhar como no tempo do Sec. XIX ? - ou sonham acordados e acreditam em "milagres económicos", acreditam que tudo isto é passageiro.
Quando os direitos de quem trabalha são ilegalmente retirados (direitos conquistados após muitos anos de luta) é tempo de se agir. Mas claro isto vocês nunca compreenderão pois a vossa visão pára no vosso umbigo, e só olhais para os vossos próprios interesses e para o bem-estar dos vossos "amigalhaços".
Esquecem-se da velha máxima:
O MUNDO SÓ PODE SER MELHOR DO QUE ATÉ AQUI, QUANDO FIZERES PELOS OUTROS MAIS DO QUE FAZES POR TI
E não me estou a referir à "caridadezinha", estou a falar de luta, de união de todos os trabalhadores, pois estas politicas são essencialmente penalizadoras para todos nós trabalhadores independentemente se somos do sector publico ou privado.
Pessoalmente não me resigno e não troco a independência do meu país por nenhum empréstimo por muito chorudo que seja. 
Por tudo isto e por muito mais estas lutas são necessárias
A União Fará a Força ! - A Luta Continua ! 
  

Utopia - Zeca Afonso

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Os (des)governantes

E diz o Passos ao Gaspar:

- E que tal enviarmos as Boas Festas a todos os contribuintes, desejando um próspero Ano de 2012?

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Meu País - Luis Cília - 1964



Meu país meu pais
Do céu límpido calmo
De campos cultivados
De praias e montanhas.

É para ti meu canto
A minha esperança.

Ouço a tua voz triste
Oh, meu país sem culpa
Ouço-a nos dias mornos
No amanhecer cinzento.

E é para ti meu canto
A minha esperança.

Meu país onde a traição domina
E o medo assoma nas encruzilhadas
Meu país de prisões e covardias
E de ladrões de estradas.

Meu país de operários
Cavadores, marinheiros
Meu país de mãos grossas
Plebeu, sensual, resistente.

É para ti meu canto
A minha esperança.

Para ti meu país
Levanto a minha voz sobre o silêncio
Desta noite de angústias
E de medos.

Nada pode calar
O nosso riso aberto
Ei-lo que invade
A terra portuguesa
E vozes juvenis formam o coro.

Por isso é para ti meu canto
A minha esperança.

Já ouço passos,
Vêem na distância
Desfraldando bandeiras e cantando
E é para ti oh! meu país liberto
O seu canto de esperança e claridade.


# Porque será que tenho a sensação de que estámos em retrocesso social. Não é sensação...é realidade...ACORDA POVO !

domingo, 13 de novembro de 2011

Objectiva XXXVI - P.N.P.Gêres - destinos


Quando não souberem para que lado ir, sigam em frente...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

São Martinho

No "São Martinho"... Castanhas, pão e vinho !

Vai no Batalha.



Estreia este fim de semana no Cinema Batalha no Porto

Sem comentários...

11-11-11






A capicua do "corno"... entendem ?

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Nobel da Física

Este ano Portugal será um forte candidato ao prémio Nobel da Física!
Depois da descoberta do átomo, do neutrão, do protão e do electrão, acabou de ser descoberto o Pelintrão.
E como se caracteriza o Pelintrão? É um tuga sem massa e sem energia, mas que suporta qualquer carga!  


P.S. (anónimo) recebido via email

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Manifestação 15 Out.

Amanhã, estaremos TODOS JUNTOS para mostrar a estes (des)governantes que não aceitámos pacificamente mais esta imposição de sacrificios SEMPRE PARA OS MESMOS.
Não nos venham com palavras mansas, nem com desculpas baseadas no fatalismo, não fomos nós POVO TRABALHADOR que criou e alimentou este monstro. Foram voçês com as vossas politicas erradas durante mais de 30 anos, com o vosso compadrio e a vossa corrupção que contribuiram para o descalabro das contas publicas do estado.

PORQUE TEMOS DE SER NÓS A ARCAR COM A MAIOR FACTURA ?
AONDE ESTÃO OS SACRIFICIOS PARA AS GRANDES FORTUNAS ?
AONDE ESTÃO OS SACRIFICIOS PARA A BANCA ?
AONDE ESTÃO OS CORTES NAS MORDOMIAS DO ESTADO ? 

É TEMPO DE DEIXARMOS O SOFÃ E FAZER OUVIR A NOSSA VOZ !
CONTRA OS SACRIFICIOS SEMPRE PARA OS MESMOS PARTICIPA ! 

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Não esperem ver-me acomodado...



 A verdade é que a situação agrava-se a olhos vistos e faz-me confusão este marasmo em que se encontra a nossa sociedade. Até quando pensais aguentar ?!?
NÃO TENHAM MEDO DE REIVINDICAR, NÃO TENHAM MEDO DE SE MANIFESTAREM,... E NÃO SE DEIXEM IR NA CANTIGA DO FATALISMO.
Os sacrificos são para o POVO enquanto uma minoria ganha muito dinheiro. Sobe o IVA do gás, da electricidade, sobem os transportes, e vão subir o IVA da restauração. Retiram-se direitos aos trabalhadores com a desculpa da crise, a pouco e pouco a nossa vida piora e vós ACREDITAIS QUE COM ESTAS POLITICAS ISTO SERÁ PASSAGEIRO ?!?
Ah! inocentes criaturas que vos perdeis em futilidades e chamais nomes a quem LUTA, a quem PARTICIPA nas MANIFESTAÇÕES.
Merda de sociedade esta "enfarinhada" que se deixa controlar e acredita em milagres.
NÓS SEREMOS O "FERMENTO" DESTA SOCIEDADE, POIS SEM LUTA NÃO EXISTE EVOLUÇÃO.

BTTSolitário - Voltas de Domingo - "A pedalar pela fresquinha"

O Outono já chegou, mas as temperaturas mais parecem de Verão, o que é óptimo para quem gosta de praticar desporto ao ar livre.
Muitas estações já passaram sobre esta "carcaça meio enrugada", e sinceramente não sei se está mais calor este ano, ou se esteve noutro.
Especialistas na matéria dizem que sim, dizem que o clima em Portugal (e não só...) está a mudar, e que num futuro bem próximo teremos só duas estações. Pela parte que me toca prefiro o tempo como está, pois é mais agradável pedalar com bom tempo do que com frio e chuva.
Recentemente tenho-o feito mais cedo do que o habitual, aproveitando o fresco da manhã, para desta forma evitar as horas de maior calor. Mas como o que é bom não dura sempre, sei que este tempo mais tarde ou mais cedo vai mudar, e já me estou a mentalizar para as saídas em dias de frio e chuva.
Nada que já não tenha feito pois a sensação de liberdade, o prazer de sentir o ar batendo no rosto e a possibilidade de apreciar a paisagem pedalando calmamente, são momentos únicos que só a bicicleta nos proporciona, e é por tudo isto que a bicicleta é:
UM VEICULO MOVIDO A PAIXÃO.
     

P.S. Parar é morrer...  

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Os Pobres.

Para reflectir...


     " ... ó geração de vapor e de pó de pedra, macadamizai estradas, fazei caminhos de ferro, construí passarolas de Ícaro, para andar a qual mais depressa, essas horas contadas de uma vida toda material, massuda e grossa como tendes feito esta que Deus nos deu tão diferente daquela que hoje vivemos. Andai, ganha-pães, andai : reduzi tudo a cifras, todas as considerações deste mundo a equações de interesse corporal, comprai, vendei, agiotai - No fim de tudo isto, o que lucrou a espécie humana ? Que há mais umas poucas dúzias de homens ricos. E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico ? [ ... ] cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis. "


Almeida Garret, in "Viagens na Minha Terra" (1843)


                                      

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A Madeira é um "Jardim"



As noticias que tem vindo ao conhecimento de todos os Portugueses sobre a divida existente na ilha da Madeira, divida essa que foi ardilosamente escondida com a conivência de uma certa classe politica do continente, são um autêntico insulto a todos nós que uma vez mais vamos ter de pagar os desmandos e a incompetência desta gente. Os interesses partidários, fizeram com que pessoas com responsabilidades governativas no nosso país, fechassem os olhos e fingissem nada saber.
Agora, sabemos o que foi o descalabro das contas na ilha da Madeira, mas, mesmo assim o povo madeirense prepara-se para voltar a colocar à frente dos destinos da ilha os mesmos vigaristas e corruptos de sempre, que a troco de favores e cumplicidades dominam à vários anos o espectro politico, social e económico da região.
À frente de tudo isto temos o "demagogo mor" que, com os seus discursos inflamados, insulta todos os portugueses do continente e os madeirenses que não são seus apaniguados. Não entendo como pode este senhor manter-se no poder há tantos anos, mas, por certo esta será uma das muitas falhas do sistema dito democratico.
Na ilha, devia haver um limite máximo de mandatos como à no continente, mas parece que o estatuto das autonomias deu aso a que pequenos ditadores se perpetuarem no poder. Para agravar mais as relações continente/ilha, temos os insultos que essa personagem ridícula dirige a todos nós Portugueses, insultos esses, que mereciam do Presidente da Republica uma veemente condenação.
Se vem à televisão falar de tudo e ao mesmo tempo nada, se, se encanta com o sorriso das vacas na ilha dos Açores, deveria ter a coragem politica, e numa comunicação a todo o país e ilhas, condenar as afirmações deste pequeno ditador "demagogo", que julga que com as suas provocações nos intimida.
E quanto à questão da independência, ficam a saber que eu sou dos portugueses que voto a favor.
É que estou farto de ver o dinheiro dos meus impostos ser desbaratado por uma cambada de corruptos incompetentes, que vê no insulto fácil a justificação para as suas incompetências, e desconhece que "VOZES DE BURRO NÃO CHEGAM AO CÉU" 
Para si "pequeno ditador" um poema que escrevi à uns tempos:

O Calhau
Do alto de um palanque
um calhau discursava
e uma multidão ignorante
o aplaudia e aclamava. 
o calhau embalado
no seu fácil discursar
vomita ideias mirabolantes
impossíveis de se concretizar.
bate palmas a multidão
que se deixa embrulhar
e o calhau envaidecido
não consegue parar de discursar.
discursa sobre isto e aquilo
e mais o que lhe convêm
um dia o calhau vira brita
não deixará saudades a ninguém.
mas por agora ainda opina
apesar de ter o cérebro
à tripa cagueira ligado
esconjura tudo e todos
vê inimigos em todo o lado.
mas o calhau no palanque
todo viscoso, lustrado
rebola-se na sua vaidade
traz a maioria do povo controlado
não admite outra opinião
forma diferente de ser
o calhau é o todo poderoso
rebola... rebola... rebola
ninguém o pode deter.
pobre calhau sem valor
nunca serás diamante
não passas de um ditador 
com manias de ser importante.
e a malta para não te aturar
rodeou-te de água
saudades não vais deixar
de ti ninguêm terá magoa.


Henrique Mário Soares

P.S. Oxalá o povo madeirense saiba dar uma lição a esta demagogo populista, pois ao contrário do que ele apregoa os sacrificios serão para todos. Coragem é do que precisam...

    

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Parque de Campismo Monte Branco - Porto Côvo ( ver estrelas e escutar o mar)

Descobri a "Costa Alentejana" nos anos 90 mais concretamente em 1993, mas é sempre com enorme prazer que volta a esta linda região do nosso Portugal.
Desta vez montámos tenda no "Parque de Campismo Monte Branco" bem junto à pacata aldeia de Porto Côvo e por aqui ficámos uma semana.
Porto Côvo apresenta já algumas alterações ao que era inicialmente quando visitei este lugar nos anos 90. No meu modesto entender julgo que a construção está a ser exagerada e corre-se o risco de tornar este lindíssimo lugar muito parecido com Vila Nova de Milfontes. Enfim, situações que deviam ser bem ponderadas pois a lógica economicista não pode sobrepor-se à lógica ambiental.
Podemos estar a ir por um caminho em que a pressão urbanística durante os meses de verão arruíne por completo todo um encanto de paz e sossego tão caracteristico desta região de praias semi-selvagens e de areias limpas.
O "Parque de Campismo Monte Branco" é um lugar aprazível e com boas instalações. Possui todas as condições necessárias para uma boa estadia em campismo, e tanto as zonas balneares como as áreas de lazer são de boa qualidade. De negativo as muitas "tendas/casa" espalhadas por uma grande zona do parque, e  os "graffitis" escritos nas portas dos chuveiros e casas de banho das zonas balneares (alguns palavrões...), sinónimos de uma falta de civismo cada vez mais latente nestas sociedades ditas modernas...para onde vamos ?
Esta situação deve ser revista pelos responsáveis do parque pois o aspecto que dá é negativo.
Apesar de ser um parque inserido numa zona de eucalipto no geral as sombras são boas. Não sou um entusiasta de parques de campismo com este tipo de árvores mas entre acampar ao sol e acampar num parque com árvores desta espécie, prefiro a segunda hipótese.
No geral trata-se de um bom parque de campismo, que tem a seu favor o facto de estar juntinho à lindíssima Aldeia de Porto Côvo e das magnificas praias desta Costa Alentejana que está inserida no Parque Natural do SW Alentejano e Costa Vicentina .
Partam à aventura...

   

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

De Volta...




O regresso ao trabalho após as férias sempre foi complicado
Durante três semanas relaxei ao sabor do tempo. Nada de horas, nem rotinas, deixei-me levar e vivi completamente despreocupado sem escutar a TV nem noticias sobre o que ia acontecendo neste rectângulo à beira mar plantado.
O relógio, esse ditador implacável que controla os nossos dias ficou na gaveta lá de casa e livre de todos os "apetrechos" que nos ligam ao mundo dito desenvolvido/falido, parti à aventura.
Modéstia à parte Portugal é lindo e as suas gentes afáveis, a comida é excelente e de uma riqueza gastronómica sem igual, e os nossos vinhos são fantásticos. Nada que eu já não conheça, mas por muitas voltas que dê a Portugal, todos os anos acabo descobrindo novos locais cheios de encanto.
As férias servem para isso mesmo e as minhas sempre foram vividas tipo "saltimbanco" uns dias aqui, outros dias acolá e assim por diante, quase como se estivesse à procura de um qualquer paraíso perdido.
Provavelmente sofro de alguma desconstrução genética que me impede de fazer férias fixas num só lugar durante semanas. Digamos que ao fim de 3 a 4 dias já estou farto de estar "amarrado" a esse lugar e sinto uma vontade tremenda de fazer a "trouxa" e partir.
Talvez um dia descubra o tal "paraíso" perdido e tudo abandone para aí viver por troca deste local onde sobrevivo.
Um dia talvez !  

      

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Discoteca/Pub Gayfield

A "Discoteca/Pub Gayfield" ficava para os lados da Rua do Campo Alegre no Porto. Frequentei este espaço nos anos 84 e 85 do século passado e aqui me perdí de amores pela ruiva mais linda que conhecí até à data. Com decoração simples mas de bom gosto, tinha a particulariedade de ser constituida por dois pisos, sendo que no de cima funcionava a parte de Pub/Bar e no piso de baixo (cave) a pista de dança. Era um espaço agradável, com bom ambiente, e boa musica. Parei nesta discoteca bastante tempo e aqui fiz amigos e amigas que nunca mais ví, à excepção da tal ruiva linda com quem namorei e com quem ainda hoje mantenho contacto. Por tudo isto, e por todos os bons momentos que passei neste local, esta discoteca tem uma recordação especial para mim.
Para tí querida Amélia um beijo cheio de saudades.
          

terça-feira, 30 de agosto de 2011

De Coração e Raça - Sérgio Godinho



Sou português de coração e raça
meio século comido pela traça
metidos numa caixa
e agora ou vai ou racha
e agora ou vai ou racha

Agora vamos é ser
donos do nosso trabalhar
em vez de andar para alugar
com escritos na camisa
e o dinheiro que desliza
do salário prá despesa
compro cama vendo mesa
deito contas à pobreza

Sou português de coração e raça
meio século comido pela traça
metidos numa caixa
e agora ou vai ou racha 
e agora ou vai ou racha

Agora vamos é ser 
donos do nosso produzir 
em vez de ter que partir
com escritos numa mala 
e a idade que resvala
do nascimento prá morte
vou pró leste perco o norte
e o meu corpo é passaporte

Sou português de coração e raça 
meio século comido pela traça
metidos numa caixa
e agora ou vai ou racha 
e agora ou vai ou racha 

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Feira dos Moços - 25 a 28 de Agosto - Largo do Souto - Custóias

Quinta Feira, 25 de Agosto:

14.30h - Abertura da Feira
15.00h - Música Popular - Grupo MS
17.00h - Cantares ao Desafio - Augusto Moreira e Maria do Carmo
20.00h - Fado à Hora de Jantar - Patrícia Fernandes e Manuel Granja
21.00h - Teatro de Rua (Kopinxas)
22.00h - A História da Feira dos Moços
              - Contra Corrente Fábrica Teatral
              - Grupos Folclóricos
              - Cantares ao Desafio

Sexta Feira, 26 de Agosto:

14.30h - Abertura da Feira
15.00h - Música Popular/Concertinas - Os Amigos do Borguinha
20.00h - Fado à Hora de Jantar - Marisa Pinto e Nelson Duarte
21.00h - Teatro de Robertos
21.30h - Música Tradicional - Banda de Gaitas de S. Tiago de Cardielos
22.30h - Música Popular - Conjunto Típico do Val

Sábado, 27 de Agosto:

14.30h - Abertura da Feira
15.00h - Música Tradicional - Grupo de Gaitas de Beiços da Rapoula
16.00h - Música Tradicional - Modas à Campaniça
17.00h - Cantares ao Desafio - Irene de Gaia e Duarte da Póvoa de Lanhoso
20.00h - Fados à Hora de Jantar - Filomena Sousa e Filomeno Silva
21.00h - Teatro de Robertos
21.30h - Música Popular - Cavaquinhos do Porto
22.30h - Música Popular - Raízes do Minho
00.30h - Fogo de Artificio

Domingo, 28 de Agosto:

10.30h - Hastear das Bandeiras - Fanfarra do Bombeiros Voluntários de Moreira da Maia
11.15h - Missa Campal
14.00h - Abertura da Feira
14.30h - Desfile Etnográfico
15.00h - Festival de Folclore
17.30h - Concertinas - Grupo de Concertinas de Joaquim Nogueira
20.00h - Fado à Hora de Jantar - Sandra Cristina e Zé Carvalho (Humorista)
21.00h - Música de Baile - José Barbosa
22.00h . Música de Baile - Agrupamento Horyza

Actividades Paralelas:

25 de Agosto: Reciclagem de Materiais
26 de Agosto: Culinária (semi-frio)
27 de Agosto: Pintura de T-Shirts
28 de Agosto: Fimo


  Mais informações contactar: http://www.jf-custoias.pt/?p=contactos

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Precariedade Laboral




Manhã de trabalho bem cedo, paro na movimentada confeitaria da zona onde moro para tomar o "cimbalino" da praxe. É um hábito adquirido à muitos anos e sem o qual recuso iniciar o dia.
Enquanto saboreio o "cimbalino" escuto do outro lado do balcão a conversa entre duas funcionários:
  • Diz a mais jovem: Eu não vou ficar !
  • Pergunta a colega: Porquê ?
  • Olha, não querem que assine contrato. Não me pagam o subsidio de natal, nem subsidio de férias, e quando for de férias não recebo ordenado.
  • Responde a colega: Foi por isso que a minha prima não quis vir para cá trabalhar
  • Diz a mais jovem: Mas tu não estás nestas condições pois não ?
  • Responde a colega: Não, nós as funcionárias mais antigas ainda continuámos com os nossos direitos, "eles" (leia-se patrões) só estão a propor isso ás novas funcionarias que contratam.
A miuda encolhe os ombros, leio-lhe no olhar alguma resignação e uma incerteza no que deve fazer. A necessidade de trabalhar talvez a faça repensar a decisão, mas por certo nascerá dentro dela um sentimento de injustiça e revolta.
É isto que os defensores da liberalização do mercado de trabalho pretendem. A possibilidade de terem os trabalhadores na mão, a possibilidade de pôr e dispôr dos trabalhadores a troco de baixos salários e nenhuns direitos. A possibilidade de conseguirem ainda mais lucros, dando em troca precariedade.
Acabo o "cimbalino" açucarado, e saio porta fora com um amargo na boca...          
 

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

terça-feira, 9 de agosto de 2011

BTTSolitário - Voltas de Domingo

No domingo passado voltei aos pedais, e na companhia de meu irmão José Manuel (cobrabtt) e do amigo Fernando Henrique, lá fomos os três dar uma volta "soft" pelas sempre aprazíveis margens do Rio Douro no Porto.
Encontrei-me com meu irmão por volta das 09.00h da manhã junto ao Edifício Transparente e daí seguimos calmamente junto à praia até à Foz. Chegados aos "pilotos", encontrámos o amigo Fernando Henrique e desafiámo-lo a vir connosco, o que aceitou de pronto.
Fomos então os três pedalando em amena cavaqueira até à Ribeira, atravessámos a Ponte Luiz I e seguimos marginal fora isto já no lado de Vila Nova de Gaia em direcção á Afurada, e depois até ao Cabedelo. Após passarmos o Cabedelo e um pouco antes da Praia de Lavadores virámos á esquerda para voltarmos novamente à marginal do Rio Douro, mas por um trilho que passa nos terrenos contíguos á antiga seca do bacalhau.
Depois, fizemos novamente o percurso no sentido inverso, marginal do Rio Douro, Afurada e Ponte Luiz I. Após passarmos a ponte, virámos á direita e seguimos pela marginal junto ao Rio Douro (lado do Porto) até ao Freixo, chegados aqui foi preparar as pernas para subir a circunvalação, o que fizemos sem dificuldades de maior.
Circunvalação acima e após passarmos o Centro Comercial Parque Nascente, o amigo Fernando Henrique virou á direita para seguir em direcção a Rio Tinto, tendo eu e meu irmão continuado no sentido do Hospital de São João. Depois foi sempre a pedalar até chegarmos aos semáforos junto ao CityGolf, aqui eu virei á direita em direcção ao Padrão da Légua.
O meu irmão seguiu circunvalação abaixo em direcção à praia de Matosinhos, depois deve ter feito novamente a marginal da Foz e daqui sempre a abrir até casa na Cidade do Porto.
Foi uma manhã de domingo passada em boa companhia e onde eu me senti bem. As dores no braço que parti na queda de bike em Março estão aos poucos a abrandar e com o passar do tempo a situação tende a melhorar, até porque:
"O tempo é remédio para todos os males"
           

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

O Sol Perguntou à Lua - Adriano Correia de Oliveira



O Sol perguntou à Lua
O Sol perguntou à Lua
Quando`a, quando havera amanhacer
Quando`a, quando havera amanhacer

À vista dos olhos teus
À vista dos olhos teus
Que vem, que vem o Sol cá fazer
Que vem, que vem o Sol cá fazer

E o Sol préguntou à Lua
quando havera amanhacer. 

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Os Eunucos - Zeca Afonso



Os eunucos devoram-se a si mesmos
Não mudam de uniforme, são venais
E quando os mais são feitos em torresmos
Defendem os tiranos contra os país

Em tudo são verdugos mais ou menos
No jardim dos harens os principais
E quando os mais são feitos em torresmos
Não matam os tiranos pedem mais

Suportam toda a dor na calmaria
Da olímpia visão dos samurais
Havia um dona a mais na satrapia
Mas foi lançado à cova dos chacais

Em vénias malabares à luz do dia
lambuzam da saliva os maiorais
E quando os mais são feitos em fatias
Não matam os tiranos pedem mais
 

A Marosca



Enquanto a malta vai "a banhos" e goza o merecido descanso após um ano de trabalho, o governo mais o grande patronato a cobro da tão falada "Troika" quer reduzir as indemnizações pagas aos trabalhadores em caso de despedimento.
Alguns especialistas defendem que não faz sentido alterar as regras das indemnizações pois "isso não vai resolver nenhum problema"
Lembram também que "os níveis de protecção social estão a baixar consideravelmente" e por isso o trabalhador ao ser despedido com uma indemnização menor ficará ainda menos protegido no emprego.
Hoje um dos "ilustres comentadeiros" da nossa praça defendeu que com esta medida Portugal vai criar mais postos de trabalho!!! - pois segundo este "iluminado" a nossa legislação laboral demasiado protectora dos direitos dos trabalhadores impede que as empresas estrangeiras apostem em força no nosso mercado. Por outro lado segundo ele Portugal tem de nivelar as leis laborais pelos outros parceiros da UE, e aqui é que a porca torce o rabo.
Porque não começar por nivelar o nosso salário mínimo nacional pelo dos outros parceiros europeus?
Esta medida só tem uma finalidade: Facilitar os despedimentos, tornando-os mais baratos.
Mais nada !   

domingo, 24 de julho de 2011

P.N.P.Gêres (Parque Nacional Peneda Gêres) - Os fogos

O ano passado o fogo andou pelo P.N.P.Gêres, e durante vários dias semeou entre as populações locais o pânico e a destruição. Durante esse tempo todo os habitantes locais assistiram impotentes ao lavrar das chamas que tudo levaram há frente.
Apesar de todos os esforços e de todas as horas de luta contra um "inimigo" implacável, o rescaldo final foi catastrófico. Felizmente uma parte importante do P.N.P.Gêres continua intocável, mas os prejuízos resultantes dos fogos do ano passado estão há vista de todos, e a Natureza vai demorar muitos anos a repor tudo o que foi perdido.
Durante esse período em que os incêndios assolaram o P.N.P.Gêres escrevi estas linhas que agora passo a transcrever.
O meu desejo é que estas imagens de destruição não se repitam NUNCA MAIS.

Labaredas

No alto de uma montanha
Fumos elevam-se no ar
Aves, esvoaçam apavoradas
Bichos, fogem sem parar.
As árvores iluminadas
Sobressaem na escuridão
Imóveis, estão condenadas
Serão testemunhos da destruição.
Olho as imagens revoltado
Como pôde isto acontecer
O nosso Gêres foi queimado
Parte de nós acabou de morrer.
Caminho sobre chão queimado
Do verde, resta a saudade
Toda a beleza é passado
O que parecia improvável, é verdade.
E, num grito de revolta
Numa lágrima de emoção 
Um enorme silêncio há minha volta
Esmaga o meu coração.
Sobre meus pés calçados
Um manto de terra queimada
Tanta paisagem destruída
Tanta árvore calcinada.

Henrique Mário Soares