domingo, 17 de maio de 2009

A Reforma Agrária
















A Reforma Agrária, foi um dos periodos da nossa história recente e que marcou decisivamente a história do Alentejo. A Reforma Agrária tinha por lema "a terra a quem a trabalha" e foi posta em prática essencialmente no Alentejo nos distritos de Évora, Beja e Portalegre, e alguns concelhos do Ribatejo.
A agricultura Portuguesa antes da Revolução dos Cravos não tinha participação activa a nivel nacional, não existia sequer um ministério, esta encontrava-se inserida no Ministério da Economia com a designação de Secretaria de Estado da Agricultura.
Após a Revolução dos Cravos é criado o Ministério da Agricultura e com o Dec-Lei 236-B/76 de 5 Abril 1976 nasce a Zona Intervenção da Reforma Agrária (ZIRA).
No final do PREC (Processo Revolucionário em Curso) nascem as UCP (Unidades Colectivas de Produção).



As UCP resultantes do movimento de ocupação das terras por trabalhadores rurais e dirigidos pelos sindicatos de trabalhadores agricolas locais, foram consagrados no Dec-Lei 406-B/75.
As UCP contribuiram para o aumento da superficie cultivada no ano agricola de 1975/76 e por consequência aumentaram a produtividade agricola.
A Reforma Agrária enquanto esteve em marcha teve extrema importância pois possibilitou aumentos na área cultivada e na produção nacional, assim como melhorou as condições de vida dos assalariados.
A lei 77/77 do I Governo Constitucional (chamada Lei Barreto) veio alterar o processo de ocupação e exploração das terras. O fim da Reforma Agrária nada trouxe de positivo para Portugal, nem tão pouco o desenvolvimento desejado para as terras do Alentejo e para as suas gentes. A população diminuiu, muitas terras estão incultas e outras passaram a reservas privadas de caça.
Este foi um periodo enriquecedor que tive a felicidade de conhecer na companhia dos meus pais, nessa época travei conhecimento com as gentes do Alentejo, conheci a realidade dos trabalhadores agricolas e participei em jornadas de trabalho nas UCP. Estas experiências nunca me diminuiram, pelo contrário tornaram-me mais forte, mais esclarecido e evoluido culturalmente. Alargaram a minha visão de um Portugal unido, sem "divisionismo" tipo Norte contra Sul, sem "caciquismos" tão comuns em algumas partes do nosso Portugal. Na altura com 13 anos viví estas experiências com entusiasmo e fico grato aos meus pais por mas terem
proporcionado.















Infelizamente a certa altura outros interesses mais poderosos impediram que a Reforma Agrária fosse hoje uma realidade, fazendo com que actualmente Portugal tenha uma agricultura deficitária e totalmente dependende das ordens da União Europeia. Na realidade a actual PAC (Politica Agricola Comum) nada trouxe de benéfico para o nosso país, impondo cotas de produção a troco de subsidios para deixarmos de produzir. Assim fomos reduzindo a nossa produção para que outros paises europeus possam colocar os seus produtos no nosso mercado nacional.
Aos meus pais e a todos os homens e mulheres que lutaram para que a Reforma Agrária fosse possivel em Portugal esta minha homenagem.
"Os que não se lembram do passado, estão condenados a revivê-lo" - Santayana

2 comentários:

amor de uma mae disse...

Bom dia
muitos parabens por uns pais
que lutaram por um pais justo livre e fraterno

A reforma agraria radical e a unica que pode dar a terra ao campones
che guevara

Lúcia Machado disse...

Olá :)

Obrigada por gostar :)

Beijinho