Da outra margem do rio
olhas as casas coloridas
uma noite passada ao frio
a tentar sarar as feridas,
sorrisos que se foram
palavras que não voltam mais
só as casas envoltas na neblina
escutam as tuas pegadas no cais,
uma gaivota voa sobre a água
toda a cidade ainda a dormir
e tu, numa imensa mágoa
com vontade de sumir,
acendes um cigarro
mortalha de uma vida
tudo à tua volta é tão bizarro
e uma revolta incontida,
são pegadas incertas
que te arrastam pela rua
com a solidão às cavalitas
e a alma toda nua.
Henrique Soares
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