quinta-feira, 31 de outubro de 2013
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Operário em Construção - Vinicius de Moraes
Era ele que erguia casas
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo,
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De facto, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse facto extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
— Garrafa, prato, facão
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção,
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
— Exercer a profissão
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um facto novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
— "Convençam-no" do contrário
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
— Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que reflectia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objectos
Produtos, manufacturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
— Loucura! — gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
— Mentira! — disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fracturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.
Onde antes só havia chão.
Como um pássaro sem asas
Ele subia com as casas
Que lhe brotavam da mão.
Mas tudo desconhecia
De sua grande missão:
Não sabia, por exemplo,
Que a casa de um homem é um templo
Um templo sem religião
Como tampouco sabia
Que a casa que ele fazia
Sendo a sua liberdade
Era a sua escravidão.
De facto, como podia
Um operário em construção
Compreender por que um tijolo
Valia mais do que um pão?
Tijolos ele empilhava
Com pá, cimento e esquadria
Quanto ao pão, ele o comia...
Mas fosse comer tijolo!
E assim o operário ia
Com suor e com cimento
Erguendo uma casa aqui
Adiante um apartamento
Além uma igreja, à frente
Um quartel e uma prisão:
Prisão de que sofreria
Não fosse, eventualmente
Um operário em construção.
Mas ele desconhecia
Esse facto extraordinário:
Que o operário faz a coisa
E a coisa faz o operário.
De forma que, certo dia
À mesa, ao cortar o pão
O operário foi tomado
De uma súbita emoção
Ao constatar assombrado
Que tudo naquela mesa
— Garrafa, prato, facão
Era ele quem os fazia
Ele, um humilde operário,
Um operário em construção.
Olhou em torno: gamela
Banco, enxerga, caldeirão
Vidro, parede, janela
Casa, cidade, nação!
Tudo, tudo o que existia
Era ele quem o fazia
Ele, um humilde operário
Um operário que sabia
Exercer a profissão.
Ah, homens de pensamento
Não sabereis nunca o quanto
Aquele humilde operário
Soube naquele momento!
Naquela casa vazia
Que ele mesmo levantara
Um mundo novo nascia
De que sequer suspeitava.
O operário emocionado
Olhou sua própria mão
Sua rude mão de operário
De operário em construção
E olhando bem para ela
Teve um segundo a impressão
De que não havia no mundo
Coisa que fosse mais bela.
Foi dentro da compreensão
Desse instante solitário
Que, tal sua construção,
Cresceu também o operário.
Cresceu em alto e profundo
Em largo e no coração
E como tudo que cresce
Ele não cresceu em vão
Pois além do que sabia
— Exercer a profissão
O operário adquiriu
Uma nova dimensão:
A dimensão da poesia.
E um facto novo se viu
Que a todos admirava:
O que o operário dizia
Outro operário escutava.
E foi assim que o operário
Do edifício em construção
Que sempre dizia sim
Começou a dizer não.
E aprendeu a notar coisas
A que não dava atenção:
Notou que sua marmita
Era o prato do patrão
Que sua cerveja preta
Era o uísque do patrão
Que seu macacão de zuarte
Era o terno do patrão
Que o casebre onde morava
Era a mansão do patrão
Que seus dois pés andarilhos
Eram as rodas do patrão
Que a dureza do seu dia
Era a noite do patrão
Que sua imensa fadiga
Era amiga do patrão.
E o operário disse: Não!
E o operário fez-se forte
Na sua resolução.
Como era de se esperar
As bocas da delação
Começaram a dizer coisas
Aos ouvidos do patrão.
Mas o patrão não queria
Nenhuma preocupação
— "Convençam-no" do contrário
Disse ele sobre o operário
E ao dizer isso sorria.
Dia seguinte, o operário
Ao sair da construção
Viu-se súbito cercado
Dos homens da delação
E sofreu, por destinado
Sua primeira agressão.
Teve seu rosto cuspido
Teve seu braço quebrado
Mas quando foi perguntado
O operário disse: Não!
Em vão sofrera o operário
Sua primeira agressão
Muitas outras se seguiram
Muitas outras seguirão.
Porém, por imprescindível
Ao edifício em construção
Seu trabalho prosseguia
E todo o seu sofrimento
Misturava-se ao cimento
Da construção que crescia.
Sentindo que a violência
Não dobraria o operário
Um dia tentou o patrão
Dobrá-lo de modo vário.
De sorte que o foi levando
Ao alto da construção
E num momento de tempo
Mostrou-lhe toda a região
E apontando-a ao operário
Fez-lhe esta declaração:
— Dar-te-ei todo esse poder
E a sua satisfação
Porque a mim me foi entregue
E dou-o a quem bem quiser.
Dou-te tempo de lazer
Dou-te tempo de mulher.
Portanto, tudo o que vês
Será teu se me adorares
E, ainda mais, se abandonares
O que te faz dizer não.
Disse, e fitou o operário
Que olhava e que reflectia
Mas o que via o operário
O patrão nunca veria.
O operário via as casas
E dentro das estruturas
Via coisas, objectos
Produtos, manufacturas.
Via tudo o que fazia
O lucro do seu patrão
E em cada coisa que via
Misteriosamente havia
A marca de sua mão.
E o operário disse: Não!
— Loucura! — gritou o patrão
Não vês o que te dou eu?
— Mentira! — disse o operário
Não podes dar-me o que é meu.
E um grande silêncio fez-se
Dentro do seu coração
Um silêncio de martírios
Um silêncio de prisão.
Um silêncio povoado
De pedidos de perdão
Um silêncio apavorado
Com o medo em solidão.
Um silêncio de torturas
E gritos de maldição
Um silêncio de fracturas
A se arrastarem no chão.
E o operário ouviu a voz
De todos os seus irmãos
Os seus irmãos que morreram
Por outros que viverão.
Uma esperança sincera
Cresceu no seu coração
E dentro da tarde mansa
Agigantou-se a razão
De um homem pobre e esquecido
Razão porém que fizera
Em operário construído
O operário em construção.
Poema de Vinicius de Moraes (in jornal "Para Todos", fundado por Jorge Amado, 1956
Heroin - LOU REED
hoje danço sozinho
o corpo desgastado pelo tempo
rodopio sobre mim mesmo
e saboreio o momento
os anos sempre a passar
o corpo sempre a mudar
a juventude que já passou
a tua musica sempre me acompanhou
obrigado, Lou.
Henrique Soares
domingo, 27 de outubro de 2013
Pegadas no Porto (cidade)
Da outra margem do rio
olhas as casas coloridas
uma noite passada ao frio
a tentar sarar as feridas,
sorrisos que se foram
palavras que não voltam mais
só as casas envoltas na neblina
escutam as tuas pegadas no cais,
uma gaivota voa sobre a água
toda a cidade ainda a dormir
e tu, numa imensa mágoa
com vontade de sumir,
acendes um cigarro
mortalha de uma vida
tudo à tua volta é tão bizarro
e uma revolta incontida,
são pegadas incertas
que te arrastam pela rua
com a solidão às cavalitas
e a alma toda nua.
Henrique Soares
Romeo had Juliette - LOU REED
A primeira vez que o ouvi foi no inicio dos anos 80 numa festa na "discoteca Iodo" que ficava em Francelos (junto há praia). Lembro-me bem qual foi a musica que o DJ passou na altura "Take a Walk on the Wild Side" e desde então nunca mais deixei de ouvir a sua musica.
E hoje o céu ganhou mais uma estrela...
Obrigado, Lou !
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Cantilena - Francisco Fanhais
I
Cortaram as asas
ao rouxinol !
Rouxinol sem asas
não pode voar.
II
Quebraram-te o bico,
rouxinol !
Rouxinol sem bico
não pode cantar.
III
Que ao menos a Noite
ninguém, rouxinol !
ta queira roubar.
Rouxinol sem Noite
não pode viver...
Sebastião da Gama
domingo, 20 de outubro de 2013
BTTSolitário - A Pedalar com companhia
Hoje de manhã bem cedo voltamos ao pedais e o passeio foi em direcção a Vila do Conde. O percurso já o conhecemos bem, mas desta vez íamos com a missão de marcar algumas setas do "Caminho de Santiago", que estavam ligeiramente apagadas na zona do Castro de Sampaio. O tempo até que nem estava mau apesar de ameaçar chuva, mas, só na volta apanhados alguns pingos. Este percurso que faço regularmente com o meu irmão mais velho é agradável e apresenta-se num misto de estrada e trilhos em terra, mas é a paisagem que torna esta passeio verdadeiramente agradável.
O pior mesmo foi o vento de sul que se fez sentir na volta, e que em mim fez mossa da grande, tanta, que um pouco antes da refinaria em Leça da Palmeira tive de abrandar o ritmo e seguir mais calmamente. O meu irmão lá foi sempre em boa pedalada, pois a hora para ele começava a ficar apertada. E como "Amigo não empata Amigo" lá nos separamos, seguindo eu mais calmamente pois as forças já não davam para mais.
É caso para dizer, "estou a ficar velho"
Manifestação Porto - 19-10-2013
Mais uma de entre tantas que tenho participado, desta vez com a alegria de encontrar amigas que lutam há tantos anos sem esmorecer. Mas a maior alegria foi ter a companhia do meu irmão mais velho há muito afastado destas andanças.
Nós não somos de desistir porque acreditamos que é possível uma politica diferente. Há momentos na história de um país que devemos dizer presente e "tomar partido" e porque dos fracos não reza a história aqui fica o meu abraço fraterno e solidário para todas as mulheres e homens que estiveram presentes em mais esta jornada de luta.
"quem luta nem sempre ganha, mas quem não luta perde sempre"
A LUTA VAI CONTINUAR !
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Volta - LINDA MARTINI
Há tanto tempo que nada acontece
E o mar não cresce para me enrolar, na sua afronta
Há tanto tempo que nada apetece
Já não aquece, é sempre devagar
Tudo se desmonta
Eu vou na volta em ti, traz-me de volta a mim
Pão de centeio, boca morta e língua tonta
Pão de centeio, boca
Vou na volta em ti, traz-me de volta a mim
O fado agora quer ser samba, soltar a corpo, perna bamba
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
À Pesca no Mar - Por Praias Nunca Antes Visitadas
Sábado foi dia de mais uma tentativa para a captura do tão desejado robalo. Desta vez a viagem foi para sul em concreto para a praia da Aguda .
Tanta água, tanta água e de peixe nada. E desengane-se quem pensa que eu não percebo nada disto ou que não tenho jeito nem arte, a verdade é que ontem éramos uns quantos pela praia e nenhum apanhou peixe. Ao contrário do que muita gente pensa isto não é chegar à praia e já está, como costumo dizer a malta amiga "o mar não é a lota" aí sim, consegue-se sempre peixe, pagando claro!
Mas como "quem corre por gosto não cansa" e eu já levo mais de 15 anos de pesca desportiva não são estas "grades" que me farão desistir.
Enfim mais um dia bem passado, e eu gosto imenso da praia fora da época balnear.
Melhores dias virão e o peixe há-de aparecer.
terça-feira, 8 de outubro de 2013
domingo, 6 de outubro de 2013
BTTSolitário - A Pedalar com companhia (meu irmão)
E hoje voltámos novamente aos pedais, desta vez com o passeio a ser feito em direcção a Espinho. O dia estava excelente e um sol radioso fez-nos companhia durante todo o trajecto. Este percurso para ser sincero agrada-me pouco, acho-o até bastante perigoso devido ao numero de carros com que nos cruzamos na estrada. Pela parte que me toca prefiro o que vai até Vila do Conde seguindo o trilho dos "Caminhos de Santiago" junto à costa marítima. Uma parte dele é feito em trilhos de terra, e a paisagem é muito mais bonita. Este até Espinho tem como negativo o facto de apanharmos muita estrada, o que quer dizer trânsito, e num domingo como este com bom tempo e sol, significa muito trânsito. Felizmente a convivência entre ciclistas e automobilistas tem vindo a melhorar, mas, tanto de um lado (ciclistas) como do outro (automobilistas) muito há ainda a fazer para que o respeito mútuo impere na estrada e os sustos deixem de ser uma constante para quem anda de bicicleta.
Por hoje correu tudo muito bem. É com imensa alegria que faço estes passeios com o meu irmão mais velho, que mesmo indo a caminho dos sessenta continua numa excelente forma física de fazer inveja a muito jovem que por ai anda.
É caso para dizer, velhos? NÃO ! - estamos é um pouco gastos
Por hoje correu tudo muito bem. É com imensa alegria que faço estes passeios com o meu irmão mais velho, que mesmo indo a caminho dos sessenta continua numa excelente forma física de fazer inveja a muito jovem que por ai anda.
É caso para dizer, velhos? NÃO ! - estamos é um pouco gastos
Parar é morrer mano, e continuaremos a pedalar.
Grafitti é ARTE !
É sim senhor. Este estava a ser feito por uma rapariga no inicio da Rua de Cedofeita. E graffiti é isso mesmo, é algo com conteúdo e mensagem, e não aqueles horripilantes sarrabiscos que alguns com muito pouco jeito para o desenho vão deixando pelas paredes das nossas cidades.
Estive um tempo a assistir ao trabalho e o pouco que vi foi muito bom. A rapariga que o fazia não a conheço, e provavelmente nunca mais a vou encontrar. Ficou-me como boa recordação a sua simplicidade e amabilidade e o sorriso bonito na hora da despedida. Um dia destes volto lá para fotografar o trabalho final pois tive de vir embora sem o ver terminado.
Obrigado por me teres deixado fotografar o teu trabalho.
À Pesca no Mar - a procura continua...
Sábado de manhã, voltei à praia, e o jogo do "gato e do rato" continua. O dia estava fantástico, a temperatura excelente, e só pelo brilho do Sol já valeu a pena ter-me levantado ás 07.30h.
De momento as idas à pesca ao "spinning" pela costa só tem dado "grades" mas a sensação que tenho é que a cada dia que passa a captura tão desejada está mais próxima. Pode ser só isso mesmo sensação, mas, como me iniciei recentemente neste tipo de pescaria e estou a gostar vou continuar. Desistir nunca, a procura continua...
Cortez The Killer - DAVE MATTHEWS BAND and WARREN HAYNES
Quem conquista sempre rouba
Quem cobiça nunca dá
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Lado Esquerdo - CLÃ
O meu lado esquerdo
é mais forte do que o outro
é o lado da intuição
É o lado onde mora o coração
O meu lado esquerdo
Oriente do meu instinto
É o lado que me guia no escuro
É o lado com que eu choro e com que eu sinto
Meu é o meu foi o meu lado esquerdo
Que me levou até ti
Quando eu já pensava
Que não existias para mim no mundo
O meu lado esquerdo não sabe o que é a razão
É ele que me faz sonhar
É ele que tantas vezes diz não
Meu é o meu foi o meu lado esquerdo
Que me trouxe até ti
Quando eu já pensava
Que não existias para mim no mundo
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
Quando o Inverno Chegar - FAUSTO BORDALO DIAS
Ergueu-se do lado turvo
Da grande sombra da noite
Arremeteu pelos ares
Chupada pelos espaços
Escancarou-se nos céus
Em tempestades de fogo
Luz e cor
Da cor do sangue
Findou-se o ser no fim do mundo
Ergue-se do lado turvo
Da grande sombra da noite
Desceu na ira dos ventos
Na paz do frio e das trevas
Tão grávida de venenos
Cuspiu poeiras e fumos
Estatelou-se no chão
Cheia de fome e de sede
De luz e cor
Da cor do sangue
Findou-se o ser no fim do mundo
Desceu na ira dos ventos
Na paz do frio e das trevas
O que foi, o que foi
Não chores assim
Não faz mal, não faz mal
Não chores por mim
Não é nada meu alento
Só estou a descarnar por dentro
No horizonte gelado
Do inverno dos neutrões
Arrastam-se tão sozinhas
As vidas apodrecidas
Lambendo as feridas abertas
Ardejantes e famintas
De luz e cor
Da cor do sangue
Findou-se o ser no fim do mundo
O que foi, o que foi
Não chores assim
Não faz mal, não faz mal
Não chores por mim
Não é nada meu alento
Só estou a descarnar por dentro
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