O comboio arrancou
E tudo à minha volta se moveu
A cidade para longe ficou
Meu pensamento não te esqueceu
Noite dentro fui eu
Levado contra a vontade
Chegam ao meu pensamento
Ideias de, raiva, ansiedade e saudade
O comboio galgou quilómetros
Penetrou na noite ferozmente
A noite fugiu de mim
Noite que era diferente
O sono me envolveu
Eu não conseguí dormir
Do meio das nuvens a lua apareceu
Sentí vontade de fugir
Fugir, correr, sentir o vento
Varrer do meu pensamento
O comboio do sofrimento.
(memórias da tropa, viagens Porto-Lisboa)
(R.T. - Regimento Transmissões/Lisboa - 1984/1985).
sábado, 10 de outubro de 2009
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2 comentários:
Gostei do Poema. Mas verdade seja dita, quando andavamos na tropa e tinhamos de fazer aquelas viagens de comboio para regresarmos aos quarteis, não gostavamos, mas agora passado tanto tempo, até tenho saudade das viagens que faziamos... Muitos camaradas de armas andavam nesses comboios, muitos milhares de Portugueses andavam a prestar serviço nas fileiras do Exercito, a ganhar um pré miseravel que mal dava para pagar essas viagens de comboio, apesar da malta só pagar 1/4 do Bilhete. Não tem nada a ver com a actual tropa, que já nem de comboio anda, anda de carro, têm bons ordenados. Sinais do tempo e das novas modernidades e de novos rumos politicos. Em minha opinião continuo a afirmar que eu, tu e o Mario serviços o País, mas agora esta malta que anda na tropa serve-se do País... Este é o País que temos, agora esbanja dinheiro em bons Ordenados aos militares contratados e no nosso tempo exploravam os que eram obrigados a prestar um serviço ao País.
Tambem eu tenho saudades desses maravilhosos tempos onde a camaradagem era VERDADEIRA.
Onde andarão os meus camaradas de armas???
Estarão todos ainda no mundo dos vivos?
Quem me dera encontra-los a todos novamente.
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