Exposição - Sons e Palavras de Zeca - Guimarães

Zeca Afonso - Quadras Populares

Nestas quadras vão notícias

Pr`a quem está mal informado

Dá-me o tom desta cantiga

Quero estar bem preparado

Quero estar bem preparado

O Sol e Dó bate fino

Quando o compasso é folgado

Entra melhor no ouvido

Os ricos mentem ao povo

Com artes de feiticeiro

Dizem que são pela Pátria

Mas só pensam em dinheiro

Hoje os tempos estão mudados

Mal vai para quem trabalha

Sai das tuas tamanquinhas

E luta contra a canalha

Sobem as rendas de casa

A habitação é um luxo

Mas há quem tenha palácio

Píscina, parque e repuxo

Há por aí quem se venda

A quem lhe dê cinco reis

E ande de cara à banda

A vender mais cinco ou seis

O Norte é irmão do Sul

O Sul é irmão do Norte

Quando os filhos estão unidos

Portugal fica mais forte

In: Zeca Afonso - Quadras Populares Jan. 1983

Crash Into me

Tenham VERGONHA !!!

Em reunião de câmara no Porto, a maioria PSD/PP vetou a proposta para atribuição do nome do Prémio Nobel da Literatura "José Saramago" a uma rua da nossa cidade.

Numa cidade onde o apoio da câmara municipal à cultura é uma miragem, não é de estranhar a atitude destes "novos" VELHOS DO RESTELO, que movidos pelo sectarismo fazem esta triste figura.

Uma cidade liberal como o Porto merecia outro tipo de gente na sua liderança.

Deep Purple

É hoje...

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9 centimos

No sábado passado, em plena A25 a caminho de Vagos, dou-me conta de que estava a ficar sem combustível e vai daí, decido ir abastecer no posto da Galp que apareceu no horizonte.

Paro o carro, e como já ia atrasado para um encontro que tinha marcado, optei pelo pagamento automático na bomba, meto o cartão, dígito o código, aguardo a autorização, e assim que aparece a indicação "pode abastecer" saco da agulheta para meter combustível.

Para meu espanto, reparo que no mostrador da bomba já marcava 0,09€ e eu nem sequer tinha tocado no gatilho da agulheta.

Volto a colocar a agulheta no local da bomba, e sai-me um talão de pagamento.

Peguei no talão e dirigi-me á caixa da bomba perguntando: "desculpe, esta bomba tem taxa de abastecimento"

Diz-me a empregada: desculpe, não percebi.

Voltei a perguntar: esta bomba tem taxa para abastecimento" ???

Diz-me a empregada: porque pergunta ?

É que eu parei aqui para abastecer, e mal retirei a agulheta da bomba, apareceu no mostrador o valor de 0,09€, quer dizer, eu ainda não meti nenhum combustível e já estou a pagar, e desculpe que lhe diga mas isto é um roubo, por isso venho aqui exigir que me devolvam os 0,09€ que me estão a debitar só por eu ter pegado na agulheta para meter combustível.

A funcionária, ficou sem saber o que fazer, e chamou a responsável do posto da Galp, voltei a explicar a situação e mais uma vez exigi a devolução dos meus 0,09€.

Perante a minha reclamação a responsável da bomba abriu o caixa e devolveu-me o dinheiro.

Voltei à bomba onde tinha o meu carro parado, a funcionário colocou os valores da bomba a 0,00€ e assim que vi que tudo estava certo abasteci.

Meti-me no carro e fui embora meio aborrecido pelo tempo perdido e por já ir atrasado para o encontro que tinha marcado.

Não sei se é usual este tipo de actuação nesta bomba, também nunca me tinha acontecido nada de parecido em nenhuma outra bomba, mas o certo é que se eu não ia com a "pestana" aberta tinha sido comido á má fila.

Já não basta a concertação de preços por parte das gasolineiras, ainda usam destas artimanhas para sacar mais uns cêntimos aos mais distraídos, ou será que foi erro do sistema informático como disseram.

O "sistema informático" tem as costas largas...

Three Days...JANE`S ADDICTION

O Brado da Terra

Massa Crítica - Bicicletada

Há uns dias atrás, num fim-de-tarde após mais um dia de trabalho, pedalava junto à meia-laranja quando fui contactado por esta malta simpática que tenta remar contra a "ditadura" do carro que existe nesta cidade.

Após dois dedos de conversa fui convidado para me juntar a eles no sentido de sensibilizarmos as pessoas em geral para a necessidade de se alterar "velhos" hábitos que estão enraizados nos genes de muita da nossa gente.

Conversámos um pouco sobre as dificuldades que existem no Porto para se andar de bicicleta em segurança, assim como o desrespeito das pessoas em relação à ciclovia (que apesar de má existe...) chegando ao ponto de passearem por ela a pé, quando tem espaço no passeio para o fazer, e de reagirem mal quando são chamadas à atenção por estarem a caminhar num local que é reservado para o uso das bicicletas, opinião que ele tentou suavizar afirmando que a situação está bem melhor nos dias de hoje do que era à uns 5/10 anos atrás.

Concordo, para mim que ando nesta andanças das bikes desde 1991 a situação está bem melhor, mas muito ainda há a fazer, a começar pela mudança das mentalidades dos automibilistas, e de algumas regras do código de estrada, mas também a falta de uma "verdadeira ciclovia" que possa oferecer segurança a todos nós que andámos de bicicleta.

Agora que o Red-Bull se foi, se calhar é tempo de a Câmara Municipal do Porto se virar para outros eventos, porque não trazer uma etapa da "Volta a Portugal em Bicicleta" à cidade do Porto?

Mas este ano já vai tarde, é que o presidente da nossa cidade só gosta de motores e ruído (carros de corrida e aviões) coitado, não tem imaginação para mais e herdou este mau gosto da família, e a malta que o ature...

BICICLETA, VEICULO MOVIDO A PAIXÃO !

Cálice

Recordação...

Aperta o Cinto !

Reconheço a minha dificuldade em entender do que os Portugueses estão à espera para dizer, BASTA !!!

A partir de hoje, para todos nós que trabalhámos, o nosso trabalho fica mais barato e o custo de vida mais caro, e está na cara, de todos aqueles que são interessados por estas coisas da politica, de que este sistema de desgovernação, este neo liberalismo, tem de ter os seus dias contados.

Uma grande parte dos Portugueses, continua a encolher os ombros, e aceitar esta politica de despesismo, como se tudo isto fosse um fatalismo, um fardo, que como burros que somos, temos de carregar.

O estado/governo, não pode continuar a gastar mais do que tem, e depois, para fazer face às despesas, sobrecarregar com mais impostos quem trabalha, quem tem um pequeno negócio, quem tem uma pequena/média industria.

Prometeram milagres, encheram de ilusões as pessoas, de que tudo seria risonho, de que tudo nos seria permitido, e muitos de nós embarcámos nesta barca desgovernada, esta barca do inferno, diria eu, neste sonho de tudo ter e depois pensar como pagar.

Somos aquilo que somos, por culpa de nós próprios, pelo exibicionismo, a tacanhez, a inveja, a mesquinhez, a falta de capacidade de reivindicar, o egoísmo, a falta de respeito pelo próximo, o chico-espertismo, e a nossa imensa pobreza de espírito, um povo, que que julga que tudo pode ter, mas que nunca, ou raramente leu um livro, que passa horas ás voltas nos shoppings, mas que acha as feiras dos livros, uma grande seca, um povo, que passa horas a ver show`s de aviões, mas que, não participa em manifestações que podem contribuir para melhorar o seu futuro, o seu bem estar, um povo, que deixa os políticos decidirem tudo, e nada faz, nem sequer saí para a rua, para fazer ouvir a sua voz, um povo, que sistematicamente é enganado, mas que, mesmo assim continua a votar nos que o enganam, talvez porque, se revê nas pessoas que "democraticamente" elege para o governo, um povo, que elege como personalidade do século, aquela figura sinistra, (da qual até me recuso a escrever aqui o seu nome) e que amordaçou todo um país, toda uma/duas/três gerações, um povo, que ignora, o seu prémio Nobel da Literatura, um povo, que pouco ou nada se interessa pela cultura, que renega ao civismo, e que, o não consegue ter, pois este, não está à venda nas prateleiras das lojas dos shoppings, onde eles se passeiam exibindo gestos ensaiados, frases feitas e roupas de fim-de-semana.

É este o povo a quem eu pertenço, mas com o qual não me identifico, vivo aprisionado, neste meu país (não tenho capacidade para emigrar...) e tenho a esperança, de que um dia, este povo, possa se elevar ao mais alto patamar da sua dignidade, e do alto, desse lugar, diga a esta gente que nos explora, que o tempo deles chegou ao fim.

Está provado, mais que provado, que os dois partidos que nos desgovernam à mais de 35 anos, não tem capacidade para inverter esta situação, e escusam de repetir o chavão, "ninguém consegue fazer melhor" ! melhor do quê!!! destas politicas, que tem levado este país ao desemprego e à miséria, a que hoje todos assistimos.

Desde acabar com a Industria, a Agricultura, as Pescas, a Saúde, que agora está a ser posta em causa por uns quantos iluminados, (e que será toda privatizada e fará com que no futuro só tem acesso à saúde quem tiver dinheiro), desde colocarem em causa o estado social, alegando que o mesmo, não pode continuar a ser suportado pelo estado, por esse mesmo estado, que nos cobra impostos, e mais impostos, mas que, ao mesmo tempo, fecha os olhos aos "offshores", aos grandes lucros da banca, (que poucos impostos paga...), e que entregou, toda a economia nacional, nas mãos de um restrito grupo de empresários, que assim, com o seu monopólio, sufocam todo o pequeno comércio.

A politica deste país, vem sendo mal conduzida à mais de 30 anos, e as investidas continuam, custa-me ver gente nova, pouco interessada, ignorando o que está aos olhos de todos, dando a sensação de que estão á espera de um "Messias", de um "Dão Sebastião", ou outro "iluminado" qualquer, mas, se nos deixarmos levar por este caminho, se nos resignarmos, na desculpa de que isto já não tem emenda, que não á volta a dar, se fecharmos os olhos, à corrupção, à fuga ao fisco, se não exigirmos facturas dos serviços que solicitamos, se não formos exigentes connosco, e com os outros, fatalmente, este país, nunca poderá ser o que muitos de nós sonhámos, que ele seria após a Revolução de Abril de 1974, um país, com futuro para todos nós, e para todos os nossos filhos.

Herdei dos meus pais, o gosto pela politica, e sempre que posso, participo nestas questões que acho importantes para o futuro do meu país, e assim, pretendo continuar, ainda mais agora, depois desta injusta e discriminativa medida, que recaí agora sobre todos nós, que trabalhámos, pois acredito, que é possível inverter esta fatalidade, se formos capazes, de mudar as politicas, que levaram este país à situação em que se encontra, poderemos fazer de Portugal um país melhor, um país, onde VIVER, não seja SOBREVIVER.

Por tudo isto, direi presente, nas lutas que se avizinham, sempre fui assim, e assim seguirei, até ao fim dos meus dias, sobre pena, de que, se deixasse de LUTAR por um Portugal melhor, deixaria de ser eu mesmo.

"Mais vale morrer de pé do que viver de joelhos"