domingo, 22 de junho de 2008

Desempregado



Fechas a porta de casa
Na cabeça só desilusão
Vais pela rua fora
Até ao café do João
Pedes uma cerveja
E ficas a dever
És um desempregado
Sem nada para fazer
Desempregado, desempregado
Esta é a tua condição
Não, não és o unico
Fazes parte de meio milhão
As horas passam
Tu ficas a conversar
Envolto em nuvens de fumo
Do cigarro que acabaste de cravar
Os anuncios de jornal
São passados a pente fino
Á procura da oportunidade
Que mude o teu destino
Ao fim da tarde
Vais olhar a cidade
Sentir o reboliço das gentes
Que se movem em velocidade
Vagueias pelas ruas
Misturas-te com a multidão
Quais marionetas coloridas
No écran da tua imaginação
Ficas assim a vaguear
Sem destino nem direcção
Desempregado, desempregado
Esta é a tua condição
Não, não és o unico
Fazes parte de meio milhão



(Henrique Mário Soares)

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