terça-feira, 27 de março de 2012

Dez mil raivas

Sinto dores nos olhos e na boca
cansaço de ter acreditado
nas palavras.
Uma mão terna
como a boca humedecida
perde-se... valeu a pena!

Sinto algemas nos braços
e o tempo a escoar
por entre os dedos.
Dez dedos inutilizados.
Também dez mil raivas
para acordar dez milhões de mortos
Dez milhões de mortos
que estão vivos, - Amen!


in "canção obreira de Fernando Augusto Pacheco