Pois é, organizaram-se festas de despedida do ano um pouco por todo o país, vestimos-nos a rigor e celebrámos a chegada de um novo ano (2011). Sem darem conta, muitos de nós, entraram na euforia colectiva e sonharam/desejaram um ano melhor, porque, por enquanto para sonhar/desejar ainda não nos cobram imposto. Tenho até a ideia, de que nesta altura as pessoas abrem a garrafa de champanhe, não tanto para festejar a chegada do novo ano, mas, antes para beber e esquecer a situação de calamidade a que os nossos governantes levaram o país. O que nos reserva o ano de 2011 ?
Mais impostos!!! maior custo de vida!!! menos direitos laborais!!!menos regalias na saúde!!! mais despesas no ensino!!!
E então, o que comemorámos nós !!!
Viva 2011 !!! Viva os impostos e a carestia de vida !!!
Mas, ao contrário do que certos politicos apregoam aos quatro ventos, esta crise não surgiu agora, vem muito de trás e tem origem nas nossas raízes como povo, e nas politicas erradas no sector da Educação, que sucessivos governos pós 25 de Abril escolheram nos ultimos anos para Portugal, senão vejamos:
...«Enquanto se não melhorar o tipo social dominante, escusamos de pensar em melhorar o País de vez. Cada vez mais o trabalho governa o mundo, dá carácter e coesão aos povos e gera o tipo das futuras sociedades. Só pelas múltiplas iniciativas, a disciplina voluntária e a organização do esforço produtivo as nações se robustecem e progridem. Ora com um Português abúlico, madraço, parasitário e impulsivo impossível se torna organizar o trabalho útil e vencer o deficit da produção»...«Seria igualmente simplista negar, como tantos negam, a profundidade e amplitude desta crise nacional, ou atribui-la a uma fatalidade congénita das nossas gentes. Decerto há uma responsabilidade colectiva, e os cidadãos ou mais geralmente os Portugueses não devem repousar na consciência tranquilizante de que os males provêm unicamente dos círculos dirigentes. Mas os males de que nos queixamos, com razão amargamente, afectando tanto as massas como o «escol» (que o não é, afinal), resultam quer de condicionantes estruturais ligadas a toda a nossa história económica, social, política, quer de raízes do âmbito da psicologia social e colectiva, ligadas à mentalidade, à cultura (e melhor seria falar de ambas no plural), através da espessura temporal, pondo em causa a conduta dos indivíduos e não os ilibando também de responsabilidades»...
Texto retirado do livro:
"Um Projecto para Portugal"
Vitorino Magalhães Godinho
Publicações Europa América-1979
A crise em que mergulhámos não é de agora, não é culpa exclusivamente de Sócrates, tem as suas raízes muito mais atrás, no desperdícios dos subsídios para a formação profissional nos governos de Cavaco Silva, no (des)governos de Guterres e de Durão Barroso, mas tem também mais um culpado, nós POVO, que continuámos a acreditar e a eleger políticos incompetentes para governar os destinos do nosso País. Nós POVO, que não somos exigentes connosco e com os outros, nós que cedemos ao compadrio, há cunha, há falcatrua, ao desenrasque tão típico do Português.
Nós POVO, que vemos no Sr. Doutor, no Sr. Engenheiro, no Sr. Padre, no Sr. Presidente da Junta, alguém que tudo pode e a quem devemos prestar vassalagem e servidão.
Para nossa desgraça, o facilitismo instalou-se em Portugal, de que é prova evidente as "Novas Oportunidades" onde o verdadeiro aprender é substituído por uma auto-biografia, onde cada aluno relata as vivências de toda uma vida, onde não é dada matéria, nem existem exames, para avaliar a evolução da aprendizagem de cada um.
Desde que o aluno consiga completar o seu "PRA" (Portofólio Reflectivo de Aprendizagem), tem automaticamente garantido o curso do 9º ou do 12º anos.
Que futuro pode ter um país onde os seus jovens tem um reduzido aproveitamento a Português e Matemática?
Que futuro pode ter um País onde a participação cívica da população é mínima?
A que forças politicas/económicas/sociais, interessa este estado de situação?
Um povo culto é um povo exigente com os seus políticos.
Não esperem por acontecer, façam acontecer.
O PODER DO POVO É O VOTO!