segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Jardim de Poetas
Falei-te
Sem querer de coisas belas
Como quem abre janelas
P'ra lá do horizonte...
E tu
Sem saber, lá tricotavas
Um romance de palavras
Sem certezas nem futuro
E tu
Sonhavas no areal
Com um jardim de poetas
Superiores e verticais
Que, em rigor, nunca existiu
E tu
Como se fosse há vinte anos
Subiste ao alto das rochas
Lá, onde pousam as gaivotas
Subiste ao alto das dunas
Onde o vento te possuiu
Cresceu-te no peito um mar de prata
Como se eu fosse alguma vez exemplo
Como se eu fosse, acaso, alguma vez na vida
A perfeição
Mas quando te contei coisas de mim
Daquelas coisas grandes, cá de dentro
Caíste em ti do sonho e do jardim
E fiz-te então, amiga, esta canção
[instrumental / vocalizos]
E tu
Inda sonhas no areal
Com um jardim de poetas
Superiores e verticais
Que, em rigor, nunca existiu
Poema e música: Pedro Barroso
Intérprete: Pedro Barroso* (in CD "Crónicas da Violentíssima Ternura", Lusogram, 2001)
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