quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Chula da Póvoa - José Afosnso



Em Janeiro bebo o vinho
Em Janeiro bebo o vinho
Em Fevereiro como o pão
Em Fevereiro como o pão

Nem que chovam picaretas
Nem que chovam picaretas
Hás-de cair, Rei-Milhão
Hás-de cair, Rei-Milhão

Adeus, cidade do Porto
Adeus, cidade do Porto
Adeus muros de Custóias
Adeus muros de Custóias

Cantando à chuva e ao vento
Cantando à chuva e ao vento
Andei a enganar as horas
Andei a enganar as horas

Tenho mais de mil amigos
Tenho mais de mil amigos
Aqui não me sinto só
Aqui não me sinto só

Cantarei ao desafio
Cantarei ao desafio
Ninguém tenha de mim dó
Ninguém tenha de mim dó

Ó meu Portugal formoso
Ó meu Portugal formoso
Berço de latifundiários
Berço de latifundiários

Onde um primeiro ministro
Onde um primeiro ministro
Já manda à merda os operários
Já manda à merda os operários

Já hoje muito maroto
Já hoje muito maroto
Se diz revolucionário
Se diz revolucionário

E faz da bolsa do povo
E faz da bolsa do povo
Cofre-forte do bancário
Cofre-forte do bancário

Camaradas lá do Norte
Camaradas lá do Norte
Venham ao Sul passear
Venham ao Sul passear

Cá nas nossas cooperativas
Cá nas nossas cooperativas
Há sempre mais um lugar
Há sempre mais um lugar


Letra e Música: José Afonso e Miraldina (da Cooperativa de Santa Sofia)
Álbum: Com As Minhas Tamanquinhas (1976)

2 comentários:

nêspera disse...

Sabias que em 76 este disco foi ridicularizado e partido num programa de rádio por um 'entendido' qualquer??? Não me lembro agora do nome do 'radialista'... a memória já não é o que era ;)

Henrique Mário Soares disse...

:( não sabia, mas deve ter sido um parvalhão qualquer que chegou a "lugar de topo". Enfim nada que a malta não esteja habituada, olha lembrei-me do "outro" que criticou o livro do saramago quando era "não sei o quê" da cultura. Obrigado pela dica só é pena não sabermos o nome de tal personagem. bom fim de semana em LUTA!