Força Portugal - Parte II

E pronto... para os portugueses acabou a bola.

Finalmente deixaremos de ser bombardeados com reportagens sobre os jogadores da nossa selecção, e de como ocupam o tempo quando estão em competição, o que comem, o que fazem, como andam, do que gostam, que tipos de musica ouvem... são horas e horas nas TVs deste país, com reportagens fúteis e sem conteúdo, numa estratégia pensada de alienação da população, na distracção pela distracção, com o intuito de fazer o povo esquecer/não pensar nos verdadeiros problemas que afectam o nosso país.

Gosto de futebol, mas todo este "reality show" à volta de homens que jogam à bola e que vivem muito acima (em termos monetários) de qualquer trabalhador deste país, irrita-me! Penso até ser ofensivo para todos so trabalhadores portugueses esta forma de reportagem, quando muitos desses trabalhadores viram o seu subsídio de férias e de natal ser ROUBADO. Este tipo de (des)informação, intoxicante e mediocre é no minimo condenável, no entanto esta mesma informação faz as delicias dos manipuladores de massas e formatadores de pensamentos.

"NÃO PENSES, OUTROS EXISTEM PARA FAZER ISSO POR TI", parece ser a ordem instituida. Um pais não pode ser só futebol, fado e fátima. Um povo não pode, não deve, simplificar a sua existência nestes 3 vectores sobre pena de quando acordar para a realidade laboral/social se ver confrontado com um retrocesso social de 40 anos ou mais. Percebo que parte da comunicação social deste país vá atrás deste "circo", deste entretenimento massificador, afinal muitos dos que estão na comunicação social tem familias para sustentar, e, ou se submetem/ajoelham ao poder reinante, ou a alternativa é RUA!!! Por outro lado as audiências a isto obrigam, e é aí que nós entrámos, nós os espectadores, os que nos deixámos alienar, envenenar, embrutecer, aparvalhar por este tipo de reportagens sem interesse real e que na minha opinião mais não são do que LIXO! "TODO O BURRO COME PALHA A QUESTÃO É SABER DAR-LHA". O futebol gera milhões de €€€€€€€€€€€€, arrasta multidões, provoca choros, paixões, risos, ilusões e desilusões, mas como desporto em si talvez seja um dos mais parvos que existe, senão vejamos: "Num jogo de futebol temos 11 jogadores de cada lado que passam o tempo todo a correr atrás da bola, mas quando a tem em seu poder passam para o outro" - isto é um bocado parvo, não acham! :)

A bola deixou de rolar, pelo menos por agora, e isso nos dará um pouco de descanso, claro, já sei que ninguém é obrigado a ver o que não quer, mas nos tempos que correm é um pouco difícil fugir desta alienação colectiva (só se desligássemos a TV...), afinal é, nos noticiários, é, em reportagens, é, em programas da especialidade, é, um pouco por todos os canais, e não se fala noutra coisa a não ser em futebol. Largos, praças, esplanadas, restaurantes e cafés um pouco por todo o lado enchem-se de gente ávida por ver os "craques" dar chutos na bola, talvez na vã esperança de que assim a crise também fosse chutada para fora do nosso país. Bom seria termos a mesma participação da população em manifestações que tem como objectivo mostar a estes (des)governantes que não estamos contentes com o rumo das coisa, que não aceitámos mais sacrifícios, pois são sempre para os mesmos.

Os que se mobilizam para ver os jogos de futebol devem pensar que só se mobilizando da mesma forma conseguirão impedir este governo de levar para a frente as medidas que planeia, com a desculpa esfarrapada que tem que ser "custe o que custar"

- custe o que custar, nós portugueses temos de ACORDAR-

- custe o que custar, nós portugueses temos de dizer BASTA-

- custe o que custra, nós portugueses temos de dizer NÃO a mais sacrifícios SEMPRE PARA OS MESMOS!!!-

- custe o que custar, nós portugueses temos de vir para os largos, as praças, as ruas das nossas cidades mostrar a estes (des)governantes que não aceitámos ser os únicos a pagar a crise, e que ainda por cima A DITA CUJA não é da responsabilidade de quem vive do seu salário, do seu trabalho.

Este país não pode ser só FUTEBOL, FÁTIMA e FADO.

É chegado o tempo de nos mobilizarmos para outras batalhas, é chegado o tempo de colocarmos na RUA um milhão de vozes a entoar "VOÇÊS SÃO UMA VERGONHA, VOÇÊS SÃO UMA VERGONHA"

A UNIÃO DE TODOS os que vivem do seu SALÁRIO será a NOSSA FORÇA.