Os Insubmissos

Hoje, foi-nos dado a conhecer a constituição do governo que vai tomar conta dos destinos de Portugal nos próximos quatro anos, e os próximos anos que aí vem não serão nada fáceis, fruto de sucessivos anos de politicas erradas, de compadrio, de corrupção e de submissão aos "lobbys" instalados.

Uma vez mais, lamento os números da abstenção (41,93%) que se verificaram nas recentes eleições,  mas, lamento muito mais este "vira-o-disco-e-toca-o-mesmo" em que o panorama politico português se tornou, e infelizmente vamos pagar bem caro esta nossa incapacidade de como povo sabermos ser exigentes com aqueles que elegemos para governar os destinos desta nação com mais de 900 anos de história.

A participação cívica podia/devia ser maior, e não é resignando-nos que resolvemos os problemas. Por muito que os "habitues-comentadores" das TVs nos digam que não, a verdade é que existiam/existem alternativas para a resolução desta nossa crise.

O problema está em quem nos governa que teima em não querer mexer nos tais "lobbys", mas está também em nós povo que não conseguimos unirmo-nos, se conseguirmos fazer isso, se sairmos à rua cada vez que os nossos governantes façam asneira, se exigirmos referendos cada vez que estejam em causa matérias importantes para o futuro de Portugal (sejam leis; desmantelamento de linhas de comboio; construção de barragens; aeroportos; comboios de alta velocidade; encerramento de centros de saúde; etc,etc), repito - se formos exigentes com os governantes, eles começam a ter respeito/receio por nós povo, e só assim podemos endireitar a situação deste país.
O Profissionalismo; a Competência; a Integridade e a Honestidade devem ser atributos OBRIGATÓRIOS para todos aqueles que desempenham cargos de chefia nos vários sectores do governo e respectivos organismos a ele associados (secretarias de estado, câmaras, juntas de freguesia, etc, etc...).

O poder está nas mãos do povo, é o povo com o seu voto que decide quais os caminhos que Portugal deve seguir, e se 36 anos depois do 25 de Abril o país está à beira da banca-rota, então alguma coisa tem minado a nossa economia todos estes anos, e todos nós sabemos o quê: A CORRUPÇÃO. 
Essa mesma que se instalou na classe dirigente que nos tem (des)governado durante todos estes anos, e que eleição após eleição os Portugueses foram escolhendo para (des)governar Portugal com os resultados que hoje estão à vista de todos nós.

Agora vamos ter à frente dos destinos do nosso país um governo de direita, chefiado pelo PSD em coligação com o CDS/PP, e no programa politico (imposto pela "troika"...) propõem-se a privatização de muitos dos sectores mais importantes da nossa economia, a saber: RTP; TAP; CP-CARGA; GALP; EDP; REN; CORREIOS DE PORTUGAL; CAIXA-SEGUROS e ÁGUAS DE PORTUGAL, tudo a bem do entendimento com a dita "Troika" (Comissão Europeia, BCE e FMI).

Não tenho a certeza, mas julgo que nenhum país da Europa terá privatizado um sector tão importante como o sector da ÁGUA, e por este andar, ainda vira um dia um "iluminado" que se lembrará de começar a engarrafar o "AR", e a partir desse dia passaremos também a pagar o "AR" que respirámos.
Agora dizem-nos, vem aí tempos difíceis e "todos" temos de fazer sacrifícios, mas nós, sabemos que os sacrifícios não serão pagos da mesma forma por "todos" e no final (se é que vai existir...) os que menos contribuíram para este "estado de coisas" são os que mais vão pagar.
Uma certeza eu tenho, merecíamos melhores governantes, mas o culto do carreirismo, da ganância, da ambição desenfreada, e da cunha, está enraizado no código genético de muitos dos nossos concidadãos. Sou e serei sempre contra a ingerência de "terceiros" no meu país (sejam eles quem forem...) mesmo que, tragam milhões de euros para "supostamente" nos tirarem da banca-rota, milhões esses, que sabemos para quem irão e que nós povo iremos pagar com juros, a duplicar ou talvez mesmo a triplicar, pois todos nós sabemos que em matéria destas negociações a velha máxima é: "não há almoços grátis".
Não podem ser sempre os mesmos a pagar os erros de sucessivos anos de má governação, e não podemos continuar a construir um país onde, os muito ricos estão cada vez mais ricos, e os pobres fatalmente mais pobres, lembrem-se que: "Não há bem que sempre dure, Nem mal que nunca acabe".

Não queremos, nem aceitámos, ser simples máquinas num universo mecanizado, por isso preparem-se para a REVOLTA de todos aqueles que reivindicam a escolha do destino que lhes pertence. 

Não esperem de nós a resignação, o baixar a cabeça e a submissão pois a estas politicas de direita a este agravamento das condições de vida e a este ataque aos direitos sociais de quem trabalha, a alternativa será a Luta.  

"Proletários de Todos os Paises Uni-vos"
A Luta Continua!

Obs: o titulo deste post foi "copiado" do excelente livro do escritor "Urbano Tavares Rodrigues".

        o texto é de minha autoria